Set 2023
14
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Melhor mês do ano: ES exportou 558 mil sacas de conilon em agosto

O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, explica que a explosão das exportações de café conilon no Brasil apresentaram melhor desempenho em um único mês. Já a variedade arábica avançou 11,2%, para 2,65 milhões de sacas.

Os cafés canéforas brasileiros permanecem mais competitivos e extremamente demandados, uma vez que outras importantes origens produtoras da variedade, principalmente Vietnã e Indonésia, têm enfrentado adversidades climáticas e queda na produção.

“Esse cenário tem sido muito favorável ao produtor do Brasil, pois o preço vem se mantendo estável nos últimos meses, já que a alta substancial na Bolsa de Londres, que saiu de US$ 1.735 por tonelada no contrato nov/23, em 30 de dezembro passado, para os atuais US$ 2.430/t – alta de 40%, apesar da queda do dólar de R$ 5,21 para R$ 4,92 no mesmo período –, contribui bastante para esses recordes nas exportações de conilon e robusta”, analisa Ferreira.

Com uma recuperação significativa na safra 2023 de arábica no Brasil, ele completa que se observa uma redução no percentual de canéforas nos blends no consumo interno, o que aumenta a disponibilidade dessa variedade para o mercado internacional, também favorecendo uma maior competitividade.

Durante a florada do café, o Espírito Santo não sofreu com intempéries climáticas como outras regiões produtoras da variedade. Em conversa com a coluna, Luiz Carlos Bastianello, o presidente da Cooabriel, maior cooperativa de conilon do país, explicou que o Espírito Santo não tem enfrentado problemas relacionados ao El Niño até o momento.

“Muito pelo contrário, tivemos um clima propício nas regiões produtoras de conilon, com chuvas em agosto que resultaram em uma florada uniforme. As chuvas foram mais do que suficientes para conduzir eficazmente nossa atividade cafeeira. Esperamos que a safra 2023/2024 não apresente problemas causados pelo El Niño no estado”, explicou Bastianello.

"As perspectivas são positivas para os embarques do país continuarem avançando", diz Ferreira

Enquanto as remessas dos cafés canéforas ao exterior explodiram 443%, para 699 mil sacas em agosto, os arábicas avançaram 11,2%, para 2,65 milhões de sacas.

Em relação ao arábica, Márcio Ferreira afirma que, com o final da colheita, confirma-se um aumento nos volumes recebidos nos armazéns, o que já se previa em função da boa carga observada nas lavouras no período de pré-colheita, principalmente nas áreas que foram muito impactadas, nos últimos dois anos, pela estiagem e pela geada.

“Com uma disponibilidade superior a 2021 e 2022, o fluxo de cafés comercializados aumentou significativamente, tanto para entrega futura, quanto para novos negócios, o que pressionou a Bolsa de NY nos últimos meses. Como a qualidade reportada é muito boa e, embora o trade venha experimentando, no geral, diferenciais mais apertados contra a plataforma nova-iorquina, o Brasil recupera participação nas exportações de arábica, registrando volumes superiores aos observados nos últimos meses do primeiro semestre, ou seja, no final da safra 2022/23”, explica Ferreira.

As perspectivas são positivas para os embarques do país continuarem avançando, uma vez que foram observadas floradas importantes no parque cafeeiro, mais recentemente no arábica e, anteriormente, nos canéforas.

“Caso tenhamos condições climáticas adequadas daqui à próxima colheita, o Brasil tem plenas condições de retomar, a partir da temporada 2024/25, volumes próximos aos verificados em 2020″, projeta.

No acumulado de janeiro até o fim de agosto deste ano, o Brasil remeteu 22,904 milhões de sacas ao exterior, montante ainda 9,7% aquém do que o registrado nos oito primeiros meses de 2022.

Em receita cambial, a queda é de 17,3%, com os ingressos recuando de US$ 5,926 bilhões no ano passado para os atuais US$ 4,903 bilhões, o que reflete a redução das cotações no mercado, já que o preço médio da saca exportada declinou 8,3%, de US$ 233,55 para US$ 214,08.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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