A revista da Forbes mapeou uma lista com o ranking dos bilionários brasileiros de 2023. No total, são 280 pessoas no ranking, donas de patrimônios pessoais que somam R$ 1,5 trilhão, o que equivale 15,35% do PIB do Brasil, que foi de R$ 9,9 trilhões em 2022. Também foram mapeados os mais ricos do agronegócio, com 61 “agrobilionários”, que são donos de um patrimônio pessoal de R$ 196,2 bilhões. Esse valor representa 8% do total da lista. Alguns desses empresários representados no ranking têm no Espírito Santo uma fonte relevante de receita em cidades como Linhares, Cachoeiro de Itapemirim e Aracruz. Confira.
Com base no ranking geral, a Forbes Agro fez um recorte dos setores diretamente ligados à produção do campo e à agroindústria e também considerou patrimônios de origem no segmento de logística que opera no setor. No recorte de oito setores, a dupla grãos e carnes respondem por R$ 71,06 bilhões.
O patrimônio dos bilionários que atuam com produtos florestais chega a R$ 42,35 bilhões; de grãos e cereais R$ 42,22 bilhões; proteína animal R$ 28,84 bilhões; alimentos R$ 23,97 bilhões; bebidas R$ 20,02 bilhões; energia R$ 18,33 bilhões; insumos R$ 13,93 bilhões; logística R$ 6,5 bilhões.
O grupo Suzano Papel e Celulose lidera o setor florestal com R$ 24,96 bilhões. Enquanto a família Maggi, detentora da marca Amaggi Agronegócio, lidera o ranking de grãos e cereais com R$ 33,08 bilhões, somado entre todos os familiares. De proteína animal, os irmãos, Joesley e Wesley Batista, da JBS, maior processadora de carnes do mundo, somam R$ 25 bilhões.
Os bilionários brasileiros selecionados fazem parte de empresas consideradas de grande porte. Algumas delas têm presença no Espírito Santo.
Na primeira posição da lista do agro e 22ª mais rica do Brasil, o fundador e controlador da Fetipar, Alceu Elias Feldmann, tem um patrimônio de R$ 12,9 bilhões. Apesar da Fetipar, responsável por 15% do mercado nacional de fertilizantes, ter origem em Varginha, Minas Gerais, a empresa atende regiões produtoras de café em MG e Espírito Santo, além de outras culturas como milho e reflorestamento.
A Suzano também fez seu núcleo familiar bilionário: a companhia contribuiu com 8 nomes para a lista da Forbes Brasil. No Espírito Santo, a Suzano tem uma de suas principais operações em atividade, com 20% de sua capacidade global.
A fábrica da Suzano em Aracruz produz 2,3 milhões de toneladas de celulose por ano, enquanto a planta de Cachoeiro de Itapemirim pode produzir até 30 mil toneladas de papel higiênico por ano.
David Feffer, o acionista mais rico da Suzano, tem patrimônio de R$ 6,25 bilhões, sendo a 56ª pessoa mais rica do Brasil e ocupa a 8ª colocação entre os bilionários do agro.
O Alê Costa, CEO da Cacau Show, figura na lista como a 163ª pessoa mais rica do país e 26ª do agronegócio, com um patrimônio de R$ 2,2 bilhões. O fundador da empresa começou a carreira vendendo trufas e bombons em padarias de São Paulo nos anos 1990.
A empresa é hoje uma das maiores redes de lojas de chocolates finos do mundo. Em 2013, a Cacau Show transformou-se em Cacau Par, holding dona da Brigaderia e de três fazendas de cacau em Linhares, norte do Espírito Santo.
Na época, o empresário investiu R$ 100 milhões na instalação da segunda fábrica do grupo, que começou a operar em 2022. A Cacau Show já possui fazendas em Linhares, onde é produzido o cacau utilizado na fabricação. Assim, a nova fábrica aproximou o plantio da produção e, até 2030, pretende se tornar autossuficiente no cultivo do fruto.
O CEO da Camil Alimentos, Luciano Maggi Quartiero, tem um patrimônio de R$ 1,75 bilhão. A empresa é a maior beneficiadora de arroz e feijão da América Latina e tem no portfólio marcas famosas, como Açúcar União e Coqueiro.
Desde 2018, também é dona da SLC Alimentos. Em 2021, adquiriu por R$ 410 milhões a Santa Amália, líder de mercado nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
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