Set 2023
21
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Prêmio elevou o patamar de qualidade do café conilon capixaba

Nas últimas décadas, o Espírito Santo deixou de ser visto como um estado com cafés de baixa qualidade e passou a produzir grãos reconhecidos no Brasil e no mundo. Nesse processo de evolução do café capixaba a premiação da Cooabriel teve grande importância.

O concurso foi dividido em duas categorias: café natural e fermentado. “Nossos produtores buscaram mais conhecimento e realmente se empenharam nos processos de pós-colheita. Estamos percebendo que as amostras inscritas estão excelentes. A expectativa é de que tenhamos ótimos resultados”, explicou Júlia Partelli, degustadora Q-robusta Grader da Cooabriel.

A categoria natural inclui cafés que não passaram por processos de pós-colheita e café com processos de descascamento ou despolpa, tendo os dois modos passado por secagem natural, seja em terreiro/estufa ou secador a fogo indireto.

Já na categoria do café fermentado, foram inscritos cafés que passaram por um processo de pós-colheita, sendo fermentação natural ou induzida, com secagem em terreiro/estufa ou secador a fogo indireto.

Outro destaque deste ano são as premiações, que podem chegar a mais de R$ 190 mil. A cooperativa garantirá a compra dos lotes máximos inscritos para os 10 finalistas de cada categoria.

Do primeiro ao quinto colocado, será pago um valor que pode chegar a R$ 4 mil a saca, já para o sexto ao décimo colocado de cada categoria, será pago um valor de 40% a mais que a cotação do café tipo 7 paga no dia. Nessa quarta-feira (20), a saca estava sendo cotada a R$ 620,00.

A Cooabriel iniciou as suas atividades em 1963 a partir de uma mercearia para atender os produtores em itens de necessidades básicas. O café conilon entrou na região de São Gabriel da Palha devido à crise de erradicação do café no Brasil, que aconteceu em meados da década de 60. Desde então, a cooperativa trabalha com a variedade e se tornou referência no país no que se refere à qualidade e sustentabilidade.

Hoje, aos 60 anos, a Cooabriel possui quase 8 mil cooperados, além de 12 armazéns em dois estados, Espírito Santo e Bahia, e 16 lojas de insumos, distribuidoras e produtos.

No último ano, faturou R$ 1,8 bilhão e ocupou a 20° posição no ranking entre as maiores empresas do estado. Para 2023, destinou um investimento de R$ 20 milhões para ampliar a capacidade de armazenagem dos cafés produzidos por seus cooperados.

O concurso terá novamente como head da prova de ranqueamento, o especialista internacional Silvio Leite. Ele é um dos grandes nomes em análise sensorial de cafés especiais no Brasil, com mais de 40 anos de experiência em classificação de cafés, degustação de xícaras e controle de qualidade.

A primeira edição do concurso surgiu em 2003, porém, em 2021, a cooperativa lançou junto aos cooperados o desafio de aumentar a pontuação dos cafés nos resultados sensoriais. Como resultado, na época, 60% dos finalistas atingiram uma média de 85 pontos e o grande vencedor desenvolveu um café de altíssima qualidade, com 90 pontos.

A expectativa do presidente da cooperativa, Luiz Carlos Bastianello, é manter a qualidade e conquistar resultados superiores nesta edição.

“Essa é uma edição especial, nós estamos completando 20 anos de realização do concurso. À medida que começamos a investir em tecnologia e conhecimento, os resultados se tornaram evidentes. Recebemos mais de 120 amostras, o que nos instiga, pois demonstra que os produtores estão comprometidos em aprimorar a qualidade. É fundamental que continuemos a investir nos produtores, fornecendo conhecimento para que possam continuar aprimorando a qualidade do café”, ressaltou o presidente.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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