Out 2023
4
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Produção de abacate dobra no Espírito Santo

Luiz Ricardo Pimenta produz, em média, 150 toneladas de abacate por ano e comercializa sua produção tanto no Espírito Santo quanto em outros estados do Brasil.

Ele concentra a produção nas variedades que oferecem o maior volume da fruta, principalmente em municípios como Venda Nova do Imigrante, Castelo, Conceição do Castelo e Domingos Martins.

“Essas são regiões de altitudes variadas onde consigo manter uma produção constante e contínua durante todo o ano. Como produtores, precisamos avaliar a rentabilidade do consórcio, que oferece um manejo mais eficiente das plantas de abacate. Além disso, essa combinação proporciona uma rentabilidade em áreas onde, muitas vezes, o café enfrenta dificuldades de produção. Aproveitamos ao máximo a área para aumentar a rentabilidade por hectare”, explicou.

A cultura do abacate está conquistando cada vez mais espaço no Espírito Santo. Atualmente, é o quarto maior produtor do Brasil, representando 7,38% da produção nacional. Esse desempenho coloca o estado atrás apenas de gigantes como São Paulo (43,27%), Minas Gerais (29,60%) e Paraná (8,92%), conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2022, o Espírito Santo produziu 24.991 toneladas da fruta. O valor total da produção agropecuária ultrapassou a marca de R$ 63,3 milhões, representando um crescimento de 114% em relação a 2021, quando esse valor estava em R$ 29,5 milhões.

A mudança nos números fica mais clara ao observar os dados de produção por hectare. Em 2021, a área cultivada era de 918 hectares, com uma produção de 11.657 toneladas e uma produtividade média de 12,7 toneladas por hectare.

Em 2022, essa área se expandiu para 959 hectares (um aumento de 4,47%), a produção saltou para 24.991 toneladas (um crescimento de 114%) e a produtividade média aumentou para 26,1 toneladas por hectare

O abacate cultivado no estado também ganhou espaço nos mercados nacional e internacional de exportação. A exportação tem crescido desde o ano anterior, quando o Espírito Santo exportou pouco mais de 10 toneladas da fruta. Já no acumulado deste ano, de janeiro a agosto, a exportação ficou em 89,8 toneladas, gerando receitas de US$ 276,3 milhões.

Dos 78 municípios do estado, 25 deles são produtores de abacate. Além de Venda Nova do Imigrante, que lidera com 13.710 toneladas, outros municípios estão na lista de maiores produtores, como Vargem Alta, que ocupa a segunda posição, com 3.600 toneladas (14,40%), seguida por Marechal Floriano, com 1.875 toneladas (7,50%), e Castelo, com 1.140 toneladas (4,56%). Os demais municípios contribuem com produções em escala menor.

Maurício Fornazier, pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), explica que a área de cultivo do abacate triplicou nos últimos quatro anos.

“A área plantada no estado em 2019 era de cerca de 560 hectares. Hoje, essa área ultrapassou 1.700 hectares. Em quatro anos, tivemos uma triplicação da área de cultivo, impulsionada pelo aumento dos preços do abacate, o que incentivou os produtores. Com uma produtividade elevada, como, por exemplo, 40 toneladas por hectare, os produtores encontram lucratividade nessa cultura. Isso tem sido um estímulo para o setor”, disse o pesquisador.

Maurício reforça ainda mais os benefícios do cultivo consorciado entre o abacate e o café, afirmando que, em 2023, a cultura do abacate enfrentou uma retração de preços, em parte devido ao aumento do cultivo em outros estados, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

“No entanto, dada a eficiência do custo de produção do abacate e o uso de técnicas e variedades recomendadas, a rentabilidade dessa cultura pode superar a da produção de cafés especiais. Esse casamento entre o café e o abacate se mostra altamente rentável para os produtores capixabas”, explicou  Fornazier.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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