Uma alternativa para o Brasil diminuir a dependência de fertilizantes importados é o uso de bioinsumos pelos agricultores brasileiros. Atualmente, diversas pesquisas e estudos estão em andamento para reduzir a necessidade de utilização de fertilizantes químicos e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade nas lavouras. Essa é uma das áreas de pesquisas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em duas culturas distintas: soja e café conilon. As análises incluem avaliar os efeitos da aplicação de um biofertilizante produzido pela empresa capixaba Litho Plant.
Nesses estudos, busca-se comprovar a melhoria na eficiência de absorção dos fertilizantes minerais pelas plantas quando combinados com o uso do biofertilizante. Para alcançar esse objetivo, estão sendo conduzidos dois experimentos em campo.
No caso da cultura da soja, um grupo de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da USP está conduzindo a pesquisa em Uberlândia, Minas Gerais, com previsão de conclusão em junho de 2024. Minas Gerais registrou uma safra recorde de grãos na safra 2022/23, atingindo 18,07 milhões de toneladas, com destaque para a produção de soja (8,3 milhões de toneladas).
O experimento envolve diferentes tratamentos que representam a redução das doses de fertilizantes minerais, como o cloreto de potássio e o fosfato monoamônico (MAP), em até 50% da dose convencional para a cultura.
Por outro lado, a pesquisa com o café conilon está sendo conduzida em colaboração com o Incaper, no município de Marilândia, Espírito Santo. A intenção é avaliar o uso combinado do produto da Litho Plant com fertilizantes, como sulfato de amônio, ureia, cloreto de potássio e fosfato monoamônico (MAP), em doses reduzidas de 30 a 50%.
Os parâmetros em análise avaliados incluem o desenvolvimento das plantas, a fertilidade química do solo quanto das plantas, além da produtividade. Além disto, está prevista uma análise de viabilidade econômica ao final das safras, com previsão para durar até dois anos, com término estimado na safra 2024/25.
Para Wesley Nunes, gerente comercial da Litho Plant, as pesquisas estão focadas em compreender os impactos dos biofertilizantes nas culturas como uma alternativa viável aos fertilizantes minerais.
“As pesquisas não apenas buscam promover a eficiência agrícola, mas também têm o potencial para colaborar na redução da dependência do Brasil em relação aos fertilizantes minerais”, destacou.
O produto da Litho Plant já foi testado no cultivo de alface hidropônica com o objetivo de analisar seus efeitos em duas épocas distintas de plantio e compará-los com os resultados da adubação convencional. Os resultados incluíram um aumento no número de folhas e no diâmetro das copas das plantas, o que acelerou o ciclo de crescimento e permitiu a colheita comercial em apenas 40 dias.
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