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Os bloqueios em rodovias e ferrovias do Espírito Santo nos últimos 12 meses somam prejuízos de R$ 40 milhões para a economia capixaba, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Desde o último dia 17 de setembro, comunidades indígenas fecharam a ferrovia Vitória a Minas no trecho que dá acesso aos portos de Aracruz, no norte do Espírito Santo. Os indígenas que conduzem o bloqueio atual protestam contra o acordo de indenização pelo rompimento da barragem de Mariana. As paralisações de rodovias e ferrovias vêm se tornando frequentes na região e afetam o escoamento da produção das indústrias locais. Apesar da decisão da Justiça a favor da desobstrução, a linha férrea segue bloqueada.
Os bloqueios têm afetado o escoamento de cargas, insumos e matérias-primas. Uma liminar emitida pela Justiça Federal ordenou a desobstrução da ferrovia, mas os manifestantes ainda não a cumpriram.
Estima-se que esses bloqueios causem prejuízos diários na ordem de R$ 1 milhão para as empresas que dependem dessa via para o escoamento da produção. Grandes empresas como Cenibra, LD Celulose, Suzano e ArcelorMittal estão entre as afetadas, e algumas já estão considerando a possibilidade de utilizar o Porto de Santos, em São Paulo, como alternativa.
O Fórum de Entidades e Federações (FEF), formado pela Federação dos Transportes (Fetransportes), a Federação da Agricultura e Pecuária (Faes), a Federação das Indústrias (Findes), a Federação do Comércio (Fecomércio) e pelo Espírito Santo em Ação, se manifestou em nota de repúdio e declarou que os bloqueios levam à insegurança jurídica e repelem potenciais investimentos no estado.
“A insegurança jurídica criada pelas paralisações afeta projetos de expansão e afasta novos investidores. É importante lembrar que o estado vem se destacando na atração de negócios, sobretudo na região Norte: até 2027, serão mais de R$ 42 bilhões, distribuídos em 320 projetos. A colaboração dos atores públicos é essencial para não colocarmos em risco a janela de oportunidades para o desenvolvimento da região”, destacou em nota.
Vale ressaltar que a cidade de Aracruz está localizada na área da Sudene e foi escolhida para abrigar a primeira Zona de Processamento de Exportação (ZPE) privada do país. Devido a relevância dessas empresas para o cenário econômico capixaba, o setor produtivo se posicionou contra a interdição da estrada de ferro Vitória a Minas no ramal de Aracruz.
“O novo bloqueio aumenta a lista de manifestações abusivas realizadas na região ao longo dos últimos meses, gerando prejuízos que aumentam a cada dia de paralisação da ferrovia. Toda a cadeia produtiva local sofre perdas, o que afeta também pequenos fornecedores, que geram empregos e renda para os moradores da região”, destacou o fórum.
Esta não é a primeira vez que a ferrovia é obstruída por diversos motivos, muitos casos desobedecendo ordens judiciais. Uma das últimas paralisações na região bloqueou as rodovias e impediram o tráfego de veículos pertencentes a indústrias locais. Em junho deste ano, a pauta era a votação do marco temporal.
É unânime entre as instituições empresariais que deve ocorrer uma imediata liberação do ramal ferroviário, respeitando as decisões judiciais já determinadas pela justiça. Embora o direito à manifestação seja legítimo, está na constituição que o direito de ir e vir de todos deve ser respeitado e tratado dentro da legalidade.
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