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O Projeto de Lei 828/2023, que proíbe a aplicação aérea de defensivos agrícolas por meio de drones, não deve ir adiante no Espírito Santo. Devido às manifestações contrárias de representantes do agronegócio capixaba e dos parlamentares, o presidente da Assembleia Legislativa (Ales), Marcelo Santos, anunciou que a matéria não irá “prosperar”, tampouco tramitará no plenário. O tema foi discutido ontem com a presença dos deputados estaduais e lideranças da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/ES), que são contrários à proposta de proibição de pulverização aérea.
Durante reunião com representantes do agronegócio, o presidente da Ales assumiu o compromisso de não colocar em pauta o projeto de lei que restringia o uso de drones na aplicação de defensivos agrícolas. Após vários deputados se manifestarem contra ao PL, reconheceu a importância da tecnologia dos drones para o setor.
Os drones contribuem para a redução do uso de produtos químicos, na diminuição dos custos operacionais e dos riscos de contaminação, ao mesmo tempo em que aumentam a eficiência na agricultura. Vale destacar que as atividades de pulverização aérea são regulamentadas, fiscalizadas e necessitam de licenças ambientais.
O uso de drones na agricultura também é respaldado por especialistas, como Edney Leandro da Vitória, doutor em Engenharia Agrícola e especialista em tecnologia de aplicação de defensivos e fertilizantes agrícolas.
Ele argumenta que a proibição pode prejudicar culturas importantes para o agronegócio capixaba, como o café, onde a pulverização com drones se mostrou eficaz no combate a pragas e doenças, como a ferrugem do café, ácaros e outras ameaças.
“Os cafeicultores têm adotado a pulverização com drones como uma alternativa eficaz no combate de pragas e doenças, especialmente no caso da ferrugem do café, no combate aos ácaros e outras doenças que ameaçam a cultura cafeeira. Vale destacar que pode trazer prejuízo para o café conilon, por exemplo, porque ele atinge um estágio em que a aplicação manual é inviável devido à densidade das plantas na entrelinha. Nesse contexto, a utilização de drones se mostra altamente bem-vinda”, afirmou o professor.
Na semana passada, a Faes se pronunciou por meio de ofício aos deputados solicitando a derrubada do projeto, que ainda não passou pelas comissões da Assembleia.
O presidente da federação, Julio Rocha, defendeu as ferramentas de aplicação aérea de agrotóxicos na produção agrícola. “A pulverização serve como grande aliada no controle de pragas nas lavouras, devido a rapidez no tratamento, menor custo e mitigação de riscos de contaminação ambiental e humana, já que reduz a quantidade de defensivos”.
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