Espírito Santo tem 59 cafeicultores selecionados no concurso Coffee of the Year
O volume de investimentos públicos e privados anunciados para o Espírito Santo entre 2022 e 2017 chegou a R$ 65,8 bilhões, segundo o Painel de Investimentos do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Apesar da Região Metropolitana concentrar 47,9% dos aportes, totalizando R$ 31,5 bilhões, as regiões fora da Grande Vitória concentram 52,1% da carteira de investimentos, o que equivale a R$ 34,2 bilhões em 643 projetos. A produção agropecuária desperta o interesse de muitas pessoas, tanto pela qualidade do solo, quanto pelo valor do produto final. Muitas empresas estão investindo no agronegócio capixaba, desde a produção de café especial até atividades ligadas à pecuária, e até investidores estrangeiros encontram motivos para investir em terras capixabas.
Em Linhares, por exemplo, os investimentos estão concentrados em novas indústrias e na expansão de empresas já estabelecidas, como a instalação da indústria de café solúvel Olam Coffee. Com sede em Singapura, a empresa ampliou os investimentos para 1 bilhão de reais na construção de uma planta de café solúvel.
Com investimento concluído, a Café Cacique, maior exportadora de café solúvel do Brasil, investiu R$ 320 milhões em um terreno de 500 mil metros quadrados destinado à produção de café instantâneo voltado para a exportação. A capacidade de produção está em torno de 12 mil toneladas por ano.
Outro player é a multinacional suíça Mocoffee, que investiu R$ 20 milhões na construção de uma fábrica dedicada à produção de monodoses de café, com uma capacidade inicial de produção de 100 milhões de cápsulas por ano. Em Sooretama, o grupo sergipano Maratá, especializado no beneficiamento de café, tem planos para a construção de uma fábrica com um investimento de R$ 180 milhões.
O que chamou a atenção de investidores, como o CEO da Mocoffee, Ricardo Flores, para Linhares, é o fato da região ser uma das principais cidades referências dentro da indústria cafeeira, com a presença de empresas como Café Cacique e Olam. Outro fator importante é que o Espírito Santo tem uma produção considerável de café arábica e é o maior produtor brasileiro de conilon.
Em Ibiraçu, o painel do IJSN aponta investimentos na construção de uma usina de biomassa para a geração de energia elétrica, com um aporte de R$ 2 milhões, e a criação de uma unidade industrial por meio da aquisição de uma planta já existente para a fabricação de polpas de frutas e hortaliças, com aporte de R$ 33,32 milhões.
Já em Aracruz, a empresa do setor de papel e celulose Suzano domina os investimentos. Conforme anunciado ontem na coluna Mundo Business, só na implantação da nova fábrica de papéis sanitários foram destinados R$ 650 milhões, além de R$ 520 milhões na substituição de uma caldeira de biomassa em um dos complexos fabris de produção de celulose da companhia.
O painel também traz o investimento de R$ 272 milhões para a modernização da sua unidade de Aracruz, que atualmente tem capacidade produtiva de 2,3 milhões de toneladas de celulose anualmente. Além disso, a Suzano direcionou cerca de R$ 531 milhões para a expansão da base florestal.
No Caparaó, em Ibatiba, a empresa de fertilizantes Natufert está investindo R$ 7 milhões para expandir a sua fábrica. Com essa expansão, a empresa aumentará a produção em até 50%, atingindo um volume de 30 mil toneladas de adubo por ano.
Em Atilio Vivacqua, a Cofril investiu R$ 100 milhões na construção de uma nova fábrica e granja de suínos. A empresa tem planos de expandir a sua produção e iniciar as vendas para outros estados, começando pelo Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais.
Já no litoral sul capixaba, a Bebidas Alfredense está direcionando R$ 26,65 milhões na criação de uma unidade industrial em Alfredo Chaves dedicada à fabricação de cervejas, chopes, refrigerantes e sucos. Atualmente, a empresa já produz 3 milhões de litros de bebidas por mês e, com esse investimento, a indústria será ampliada.
Na Região Metropolitana os investimentos são 47,9% do total previsto para o estado, totalizando R$ 31,5 bilhões em 338 projetos. Só a fábrica de chocolates Garoto está investindo R$ 1 bilhão na expansão e modernização da planta de Vila Velha, incorporando novas tecnologias e lançando novos produtos no mercado.
Na mesma cidade, a Buaiz Alimentos direcionou investimento de R$ 70 milhões para a criação de um novo armazém de trigo. O novo empreendimento faz parte da estratégia de expansão da empresa, cujo principal mercado é o Espírito Santo, mas que também está ampliando a sua atuação no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
“Destacando o papel do agronegócio no estado, apenas dois dos principais projetos nesse setor, relacionados à produção de café instantâneo e café solúvel em Linhares, representam um investimento superior a R$ 1 bilhão. Esse cenário ressalta a solidez e a força do agronegócio no Espírito Santo. Além dos exemplos mencionados, o setor vem atraindo investimentos em diversas culturas como mamão, café e coco, colocando em evidência a gama de oportunidades que o agronegócio oferece no Espírito Santo”, destacou o presidente do IJSN, Pablo Lira.
Principais investimentos do agronegócio no Espírito Santo 2022-2027
– Fábrica de papel tissue e modernização da unidade da Suzano – Aracruz (R$ 1,1 bilhão)
– Modernização da fábrica da Garoto – Vila Velha (R$ 1 bilhão)
– Indústria de café solúvel da Olam Coffee – Linhares (R$ 1 bilhão)
-Indústria de café da Café Cacique – Linhares (R$ 320 milhões)
-Fábrica e granja de suínos da Cofril – Atílio Vivacqua (R$ 100 milhões)
-Armazém de trigo da Buaiz Alimentos – Vila Velha (R$ 70 milhões)
-Fábrica de cervejas e chopes da Bebidas Alfredense – Alfredo Chaves (R$ 26,65 milhões)
-Indústria de monodoses de café da Mocoffee – Linhares (R$ 20 milhões)
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