Saiba quais são os principais investimentos do agronegócio no Espírito Santo até 2027
No Espírito Santo, produtores rurais têm optado por uma técnica de cultivo que não só otimiza o uso de água, mas também reduz a necessidade de defensivos agrícolas e mão de obra, além de garantir proteção contra intempéries. O método do cultivo protegido, uma prática que faz uso de estufas para criar um ambiente controlado em torno das plantas, protegendo contra as variações extremas de temperaturas, granizo, chuvas intensas e, até mesmo contra pássaros e insetos. Os produtores têm se dedicado ao plantio de morangos, pimentões e tomates e os benefícios são inúmeros. Na propriedade de Gilberto Gagno, em Venda Nova do Imigrante, a produção de morangos era, há uma década, uma tarefa que não era fácil devido à presença de fungos de solo e ácaros, mas hoje a situação mudou completamente.
A instalação de estufas na propriedade, localizada em Alto Caxixe, Venda Nova do Imigrante, aumentou a produção. Por exemplo, a produção de morangos por pé limitava-se a 1,5 kg e agora atinge 3kg.
“Antigamente, cultivávamos em campo aberto, sem nenhuma proteção. Posteriormente, optei por estufas individuais, mas devido a problemas relacionados ao solo, essa abordagem também não se mostrou eficaz. Faz seis anos que escolhi o cultivo suspenso.”, explicou o produtor Gilberto Gagno.
Como destaca Evaldo de Paula, extensionista do Incaper, as vantagens de adotar o cultivo protegido são inúmeras:
“Este modelo de alta precisão oferece diversos benefícios, dentre eles a melhora na produtividade. Enquanto o cultivo a campo aberto de tomates gira em torno de 300 caixas por mês, o cultivo protegido alcança o triplo desse valor. Em nossa região, chuvas prolongadas são uma ocorrência comum, o que pode prejudicar a produção quando as plantações estão expostas ao tempo. No cultivo protegido, as culturas ficam imunes às pragas e às diversas doenças impostas pelo clima”, destacou.
Além disso, a questão do uso da água, uma preocupação constante no agronegócio, também é abordada pelo cultivo protegido. De acordo com Evaldo, “Certamente, o cultivo protegido resulta em uma significativa redução no consumo de água, uma vez que toda a água aplicada nas plantas é reaproveitada, eliminando as perdas causadas pelo vento e outros fatores”, disse.
O custo inicial do investimento em estufas é justificado pelos benefícios que traz, incluindo uma redução na necessidade de mão de obra e uma melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores. O produtor observa: “O manejo das culturas é completamente diferente em comparação com o cultivo no solo. Tudo o que possa ser feito para economizar mão de obra, que atualmente é escassa, se torna uma escolha mais viável.”
É importante destacar que o cultivo protegido não se limita ao cultivo de morangos, pois é aplicável a diversas outras culturas, como pimentões e tomates. O local ideal para a instalação de estufas deve apresentar alta intensidade de luz, temperaturas moderadas no inverno, baixa umidade e fácil acesso. Recomenda-se evitar a proximidade de árvores ou edifícios que possam criar sombras sobre a estrutura.
Na cidade de Venda Nova do Imigrante, a área de cultivos protegidos já atinge cerca de 300 hectares. Nos últimos cinco anos, houve um aumento de 70% nessa área.
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