Polo de agricultura irrigada avança em 32 municípios do Espírito Santo e será o 11° do Brasil
Menor e mais qualificado. Esse é o retrato do mercado de trabalho do agronegócio brasileiro, que registrou uma queda na população ocupada entre 2016 e 2023, à medida que a tecnologia avançou e a informalidade caiu, mostra o levantamento da FGV Agro. Entre o segundo trimestre de 2016 e o mesmo período de 2023, o agro perdeu 558 mil postos de trabalho. Isso significa um recuo de 3,9%, para 13,78 milhões de pessoas. O estudo, que leva em conta dados da agropecuária (dentro da porteira) e da agroindústria, também indica que a remuneração dos trabalhadores evoluiu, embora os salários ainda estejam abaixo da média nacional. Entenda.
A agropecuária foi a grande responsável por essa redução, com queda de 9,6% no período avaliado, pressionada tanto pela agricultura (-9,7%) quanto pela pecuária (-9,5%).
No segundo trimestre de 2023, o agro atingiu o maior número de pessoas ocupadas em vagas formais (5,7 milhões) e a maior taxa de formalidade (41,5%) para um segundo trimestre.
Como comparação, o estudo mostra que no mercado de trabalho brasileiro como um todo viu um aumento nas ocupações entre 2016 e 2023 (+9,1%). Mas essa alta foi puxada, sobretudo, pelos informais, que registraram um crescimento de 12,4%. Os empregos formais também cresceram no Brasil, mas em uma proporção menor (+6,7%).
Como resultado, a taxa de formalidade no mercado de trabalho caiu ao longo dos anos, passando de 58,9% para 57,7%, ou seja, o mercado de trabalho do agro ficou mais formal ao mesmo tempo em que aumentou a informalidade do mercado de trabalho brasileiro.
Na avaliação de Jaciara Pinheiro, sócia da consultoria de recursos humanos e gestão de pessoas Rhopen, esse movimento é reflexo de um setor que busca se profissionalizar e se estruturar para enfrentar os desafios.
“A formalização e o aumento dos salários são uma resposta à demanda por maior profissionalização. O agronegócio entendeu que é mais importante ter profissionais altamente qualificados do que apenas um grande volume de trabalhadores. Com profissionais bem preparados e processos melhor estruturados, é possível alcançar uma eficiência, já que a qualificação de um profissional impulsiona melhorias nos processos, eficiência e desempenho, e isso é inegável. Essa é uma tendência clara e é o resultado de um movimento no setor que reconhece a necessidade de se tornar mais competitivo”, destacou Jaciara Pinheiro, sócia da Rhopen.
Ainda de acordo com o estudo, essa tendência de maior formalização no agro também influenciou o aumento da remuneração média, que cresceu em relação à média nacional.
Entre o segundo trimestre de 2016 e o mesmo período de 2023, a remuneração média dos trabalhadores do agronegócio cresceu 12,6% em termos reais, passando de R$ 1.793,69 para R$ 2.018,99. No mesmo período, a remuneração média do Brasil cresceu em um ritmo muito menor, de apenas 4,3%, indo de R$ 2.719,44 para R$ 2.836,40.
Esse resultado foi impulsionado principalmente pela agropecuária, na qual trabalhadores da agricultura (+25,9%) e da pecuária (+ 22,3%) receberam salários maiores.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória