Produtor investe em bebidas fermentadas de cacau e pitaya no norte do Espírito Santo
A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% para 3,2% para este ano foi puxada pela agropecuária. O Ipea elevou a projeção do PIB do agro para 15,5% devido ao desempenho positivo de algumas culturas, além da produção de bovinos e aves. Ontem na 11ª edição do Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, realizada pelo Instituto Líderes do Amanhã, o ex-ministro da Fazenda e diretor de Estratégia Econômica e Relações com o Mercado do Banco Safra, Joaquim Levy, discursou sobre o desempenho do agronegócio na economia e ressaltou que “comida mais barata abre espaço para o consumo de outros bens e serviços pelas famílias brasileiras”.
O painel “Cenário Macro Brasil” contou com a participação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e Joaquim Levy do Banco Safra. Levy abordou que o crescimento do agronegócio com o avanço das culturas de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão impulsionou a revisão para cima do PIB brasileiro.
“O agronegócio desempenhou um papel importante na economia brasileira, uma contribuição que remonta a muitos anos, mas particularmente em 2023. A supersafra não apenas contribuiu para a redução dos preços dos alimentos, mas também influenciou diversos setores. A redução dos custos da cesta de consumo das pessoas abriu espaço para outros gastos, impulsionando o consumo das famílias”, destacou Joaquim Levy durante sua participação no fórum, em Vitória.
Segundo Levy, no início do ano, embora os salários e os empregos estivessem estáveis, a restrição ao crédito somada ao endividamento das famílias limitava o crescimento do consumo e, consequentemente, o crescimento econômico como um todo. A reviravolta veio com a queda nos preços dos alimentos.
A perspectiva para o próximo ano, com a expectativa de queda nas taxas de juros pelo Banco Central, é ter uma economia puxada pelo consumo das famílias. A estimativa é que a economia seja impulsionada também pelas exportações. Levy trouxe a projeção que as exportações devem crescer 2,6% em 2024, com destaque para o envio de soja (5%), petróleo (6%) e minério (2%).
“O agro possui o potencial de impulsionar as exportações e este cenário resulta na diminuição dos preços dos produtos importados, contribuindo para a redução da inflação. Não podemos ignorar que esse contexto também proporciona condições para que o Banco Central considere a redução das taxas de juros. Para o próximo ano, mantemos a expectativa de que o setor agropecuário continuará a crescer no mesmo ritmo observado em 2023”, destacou Levy.
Segundo ele, o volume exportado de janeiro a setembro cresceu 9,2% com o bom desempenho do petróleo (28,9%), da soja (23,8%), do milho (40,2%) e do minério de ferro (7,3%).
Em relação ao volume importado de janeiro a setembro, a queda foi de 3,4%, com recuo de 31,3% do composto inorgânico, de 31,6% de inseticidas e recuo de 5,5% de adubos e fertilizantes.
Realizada pelo Instituto Líderes do Amanhã, a 11ª edição do Fórum reúne lideranças da economia e importantes executivos da política e economia nacional e local. Neste ano, o evento, que segue até esta sexta-feira (10), tem como pauta a violação à propriedade privada que acontece nas mais diversas esferas. O evento contou com a participação do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.
Anualmente, o Fórum fomenta a discussão e aponta alternativas viáveis para problemas de relevância social, além de ter o propósito de contribuir para a formação de jovens lideranças empresariais ligadas com os ideais de liberdade e estado de direito.
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