Dez 2023
10
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

Líder, cacauicultor e acima de tudo referência

Waldemar Borges da Silva nasceu em Novo Mundo, no sertão da Bahia, no dia 03 de junho de 1933. Ao chegar em Linhares em 1951, iniciou uma jornada que o levou a desbravar estados como Mato Grosso, São Paulo e Paraná.

Anos depois retornou para Linhares, ocupando a função de balconista em uma loja, o que o motivou a economizar e investir na cultura do cacau. Em 1958, adquiriu os primeiros 18 alqueires de terra, iniciando o plantio de 18 mil pés de cacau.

No ano seguinte, 1959, marcou o início de sua carreira política, sendo eleito vereador pela primeira vez. Já em 1965, enquanto exercia o segundo mandato como vereador, se tornou empresário e inaugurou uma filial da Casa Oliveira.

Ontem (09), aos 90 anos, Waldemar Borges da Silva nos deixou. Instituições como o Sistema Faes, Senar ES e Sindicatos Rurais expressaram suas condolências por meio de notas de pesar, reconhecendo a sua contribuição para o desenvolvimento da cultura do cacau.

O secretário de Agricultura de Linhares, Fabrício Fardin, citou Waldemar como uma referência na história do cacau de Linhares, sendo um pioneiro em uma época em que todo o processo era realizado manualmente, sem o auxílio da tecnologia, adubação química ou maquinários.

“Superando essas dificuldades, ele se tornou uma referência na cacauicultura. Na semana passada, visitei seu escritório em busca de orientação sobre questões relacionadas ao cacau e à agricultura em Linhares. Aos impressionantes noventa anos, ele estava ativamente engajado, trabalhando incansavelmente. Até o último dia, dedicou-se à agricultura, compartilhando o seu conhecimento com jovens e interessados em trocar informações, experiências e sabedoria”, destacou Fardin à coluna.

Já o cacauicultor Emir de Macedo Gomes, da Fazenda São Luiz, destacou: “Waldemar foi um baluarte para a cacauicultura. Eu costumava dizer que ele era uma lenda viva, um dos mais antigos e apaixonados pela cultura do cacau. Realmente vai deixar saudade e deixou um grande legado e exemplo para os mais jovens, além da paixão, dedicação, trabalho e uma luta dedicada a essa cultura que ele amou e se entregou”, disse Emir de Macedo Gomes.

Nas palavras da presidente da Associação dos Cacauicultores do Espírito Santo (Acau), Kellen Scampini, Borges ficou marcado por ser um articulador de iniciativas em prol da agricultura.

“Waldemar representa muito para a cacauicultura e toda a agricultura linharense e capixaba. A contribuição que ele nos deu em muito ajudou a economia do estado, sempre apoiando as iniciativas privadas e governamentais. O exemplo que ele deixa nos inspira respeito e a vontade de continuarmos o excelente trabalho por ele realizado. A sua presença nos fará muita falta, mas o seu legado é o incentivo para continuarmos, apesar das adversidades. Que a família encontre conforto neste momento difícil”, destacou Kellen Scampini.

Waldemar Borges foi vereador por três vezes e um dos criadores do Sindicato Rural Patronal, um dos fundadores da extinta Cooperativa Agropecuária Mista de Linhares (Camil) e do Hospital Rio Doce, entre outros importantes feitos.

“A cidade lamenta a perda de uma liderança que deixou uma marca no passado e no presente de nosso município, exercendo um papel crucial tanto na política quanto na agricultura. Waldemar, durante sua época como vereador em Linhares, abraçou o cargo de forma voluntária, mesmo em um período em que não havia remuneração para vereadores. Sua dedicação era voltada para a defesa do coletivo, dos que precisavam e da classe agrícola. Neste momento de perda, expressamos nossos mais profundos sentimentos”, disse o atual presidente do Sindicato Rural de Linhares, Antônio Roberte Bourguignon.

Já Maurinho Rossoni, vice-presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau do Brasil (ANPC), destacou Waldemar como um grande professor. ”Começando como secretário municipal de Agricultura em 2014 me deu muitos conselhos sobre a agricultura e suas atividades no passado. Foi um mestre e incentivador para eu permanecer no serviço público e como presidente da Acau. É uma grande perda para a agricultura capixaba”, ressaltou Maurinho.

Expressamos as nossas mais sinceras condolências e desejamos conforto para os seus familiares e amigos.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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