Altas temperaturas afetam produção de mamão no Espírito Santo, mas não alteram a qualidade
A quarta estimativa para a safra de café em 2023 no Espírito Santo, incluindo as variedades arábica e conilon, é de 13 milhões de sacas, uma redução de 22,2% na produção. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informam que o recuo foi causado pelo longo período de estiagem, aliado às baixas temperaturas e ano de bienalidade negativa, sobretudo, no café arábica. Para o conilon, a produção está estimada em 10,1 milhões de sacas, uma redução de 17,8% em relação à safra anterior. Quanto ao arábica, a produção somou 2,8 milhões de sacas, volume 34,5% abaixo do volume colhido na última safra.
A primeira previsão da Conab apontava para uma safra de 14,5 milhões de sacas, representando uma queda de 13% em relação ao ano anterior, quando a produção atingiu 16,7 milhões de sacas. A segunda ajustou a projeção para 13,65 milhões de sacas, prevendo uma redução de 18,4%.
No entanto, a terceira estimativa estimou 13,06 milhões de sacas, uma redução de 21,9% na produção. Esta última manteve os números da anterior quase no mesmo patamar.
Desta vez, o boletim da Conab indica uma queda de 2,4% na área de produção, saindo de 402,476 hectares para 392.760. Além disso, houve uma queda de 20,2% na produtividade média, passando de 41,5 sacas para 33,1 sacas em 2023.
No Brasil, a produção cafeeira atinge uma colheita de 55,1 milhões de sacas beneficiadas, um crescimento de 8,2% em relação ao ciclo de 2022. O aumento foi influenciado pela recuperação da produtividade, em torno de 6,3%, chegando a 29,4 sacas colhidas por hectare.
Aliado a isso, houve um aumento de 1,8% na área em produção, chegando a 1,87 milhão de hectares. Já a área em formação teve uma queda de 9,5%, sendo estimada em 361,6 mil hectares.
O volume colhido é o terceiro maior da série histórica e acontece mesmo este sendo um ano de bienalidade negativa, uma vez que a temporada de 2022 teve seu desempenho influenciado por condições climáticas adversas. Se o atual resultado for comparado com o ano de 2021, último de bienalidade negativa, a alta chega a 15,4%.
O bom resultado é reflexo da recuperação da produção das lavouras de café arábica, que representa 70,7% do volume total de café produzido no país. Com produção de 38,9 milhões de sacas, crescimento de 18,9% sobre a safra anterior.
Apenas em Minas Gerais, principal estado produtor de café, o volume a ser colhido é de aproximadamente 29 milhões de sacas, aumento de 32,1% em comparação ao volume total colhido na safra anterior.
Se o arábica registra alta na produção, para o conilon é esperada uma queda de 11,2% em relação à safra passada. A colheita estimada pela Conab chega a 16,17 milhões de sacas. Mesmo com a redução confirmada, esta é a terceira maior colheita registrada para a espécie.
O resultado é reflexo da menor produtividade, influenciada pelas condições climáticas registradas no principal estado produtor, Espírito Santo, que impactou parte das lavouras.
No estado capixaba, a colheita está estimada em cerca de 13 milhões de sacas no total, sendo 10,16 milhões de sacas apenas de conilon. Segundo maior produtor de café conilon no País, em Rondônia a produção chega a 3,04 milhões de sacas, alta de 8,6% em comparação à safra passada.
Em relação ao conilon do Espírito Santo, a colheita iniciou com um certo atraso, de 15 a 20 dias a mais do que o habitual. As primeiras áreas começaram a ser colhidas no final de abril, e o pico das operações ocorreu entre maio e junho, com finalização em agosto de 2023.
“Com esse atraso na maturação dos frutos e um período curto de safra, os agricultores enfrentam desafios no quesito mão de obra, pela diminuição de sua oferta, concorrência entre os produtores ou até mesmo com outras culturas. Por esse motivo, muitos estão investindo na mecanização da colheita”, apontou o documento da Conab.
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