Consultoria capixaba de RH prepara lideranças para o agronegócio no Centro-Oeste
O Brasil, como maior produtor mundial de café e segundo maior consumidor, mantém uma relação singular com a bebida. No Espírito Santo, a cafeicultura é a principal atividade agrícola em cerca de 60 mil propriedades. O café já ultrapassou a função de ser uma simples bebida e tornou-se um símbolo de encontros, sejam sociais ou profissionais. Nas últimas décadas, houve uma mudança de interesse, com o avanço dos cafés especiais, de qualidade superior. Esta tendência, que teve início aproximadamente uma década atrás, ganhou impulso nos últimos cinco anos, com o surgimento de clubes de café por assinatura e cafeterias especializadas. O mercado de cafés especiais registrou crescimento nos últimos anos, conforme indicado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Esse cenário de expansão tem motivado empresários e empreendedores a explorarem oportunidades promissoras nesse segmento.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), as vendas de cafés de alta qualidade apresentaram um aumento em 2022, em comparação ao ano anterior. A categoria superior registrou um acréscimo de 26%, enquanto os cafés gourmet, ainda mais selecionados, tiveram um aumento de 20%. As cápsulas, que contribuem para popularizar o acesso a diferentes tipos da bebida, apresentaram um aumento de 5,5%.
Embora esses números ainda apresentem uma fração modesta do mercado total, evidenciado pelos 104 milhões de sacas na categoria gourmet contra 13,8 bilhões de sacas na categoria tradicional ou extraforte, como os pacotes comuns vendidos no mercado. Esse é um nicho que cresce em ritmo acelerado.
Neste cenário, surgem novos empreendimentos e negócios. Um dos destaques dessa leva é o Café Seleção do Mário, uma iniciativa que surgiu nas montanhas capixabas, em Venda Nova do Imigrante, Espírito Santo.
O diferencial dos produtos desenvolvidos pelo casal Mário Zardo e Lucineia é a seleção dos grãos, realizada manualmente e um a um. Em seguida, os grãos passam por uma torra em temperaturas que variam entre 200ºC e 225ºC. A propriedade, especializada na produção, venda e exportação de cafés especiais, gera mensalmente aproximadamente três a quatro toneladas de grãos.
Mário Zardo, apelidado de mago do café, trabalha em lavouras de café desde os 12 anos e já foi meeiro, produtor rural e empresário. Seu microlote com apenas 1.000 unidades da variedade Bourbon Amarelo é colhido a 1.120 metros de altitude, sendo apenas um dos diversos cafés que passam por sua seleção.
“Às vezes, nos vemos diante da escolha entre um café gourmet e um café especial, mas é importante esclarecer a distinção. O café especial ultrapassa os 80 pontos, e no nosso caso, o café é classificado como mais que especial, sendo acima de 85 pontos. Temos em nosso estabelecimento cafés marcando 90 pontos, categorizado como exótico. Este café apresenta características florais distintas, especialmente de laranjeira, acompanhadas por notas de doçura, como melaço de cana, açúcar mascavo e frutas maduras. Além disso, destaca-se por uma acidez agradável”, disse Mário.
Outro diferencial é a venda fresca. A torra dos cafés geralmente ocorre no mesmo dia do pedido, pois a empresa não mantém estoque, priorizando a entrega do café mais fresco possível para que o cliente experimente os melhores aromas e notas da bebida.
Atualmente, 99% da produção do Café Seleção do Mário é vendida via e-commerce, com entregas para todo o Brasil, incluindo encomendas para o exterior. Nos últimos cinco anos, o empresário Mário Zardo investiu R$ 3 milhões no negócio.
“No cenário industrial, que define nosso segmento, não somos apenas produtores; operamos uma torrefação de café e conduzimos vendas por meio do comércio eletrônico. O e-commerce e as redes sociais tornaram-se ferramentas essenciais para nós, especialmente no âmbito digital, facilitando a chegada do nosso café diretamente à mesa. Basta realizar um pedido ou fornecer informações em nosso site, e automaticamente processaremos o pedido”.
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