Cafés especiais participantes de concurso de qualidade serão comercializados em leilão no Caparaó
Em 2021, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu o selo de Indicação Geográfica (IG) ao Café das Montanhas do Espírito Santo. Agora, os cafeicultores da região têm novos motivos para comemorar: os 10 finalistas do 3° Leilão de Nano Lotes de Cafés Especiais Tardios da Indicação Geográfica das Montanhas do Espírito Santo receberão os certificados que dão o direito de usar o selo em suas sacas de café, trazendo a informação da origem do produto. Durante esta segunda e terça-feira (16), acontece a preparação das amostras finalistas. O ápice ocorre na quarta-feira (17), quando os finalistas terão os seus cafés submetidos a prova, seguido pelo leilão, no Auditório do Senac, em Venda Nova do Imigrante
O evento é uma iniciativa da Associação de Produtores de Cafés Especiais das Montanhas do Espírito Santo (Acemes), com o objetivo de valorizar a qualidade dos cafés tardios da região.
A peculiaridade desses cafés, colhidos tardiamente, impede sua participação em concursos tradicionais de qualidade, tornando o leilão uma vitrine para os cafés.
Os dez lotes de cafés que participarão do leilão são de cafeicultores de 16 municípios capixabas, abrangendo a região de Indicação Geográfica das Montanhas do Espírito Santo. Sendo eles: Afonso Cláudio, Alfredo Chaves, Brejetuba, Castelo, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Iconha, Itaguaçu, Itarana, Marechal Floriano, Rio Novo do Sul, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Santa Leopoldina, Vargem Alta e Venda Nova do Imigrante.
Esta edição marca o terceiro ano do leilão de nano lotes de cafés especiais. A primeira edição contou com uma saca de café arábica de Castelo ser arrematada por R$ 18.500.
Guilhermino Netto, diretor-presidente da Acemes, e um dos organizadores do evento, ressalta que foram recebidas 33 amostras de cafés e os 10 finalistas já foram escolhidos, com grãos que prometem surpreender os degustadores.
“O leilão, que já se tornou uma tradição na região, busca oferecer ao mercado global os melhores cafés especiais, especialmente reconhecidos pela Indicação Geográfica. Os cafés tardios, colhidos nas floradas de fevereiro e março, possuem características únicas das montanhas capixabas e são apreciados não apenas por sua qualidade, mas também pela rastreabilidade conferida pelo selo de Denominação de Origem”, destacou Netto.
A presença do selo de Denominação de Origem Montanhas do Espírito Santo destaca a importância da rastreabilidade na produção sustentável, enfatizada pelo QR code presente no selo, que permite aos consumidores verificar a origem e a sustentabilidade da produção, reforçando a autenticidade do café.
O leilão vai atrair compradores de renome internacional e a presença de torrefações e cafeterias espalhadas em diversas partes do mundo, incluindo do Japão, Alemanha, França, Itália, Bélgica, Chile e Estados Unidos.
Além dos benefícios econômicos, a valorização dos cafés especiais contribui para impulsionar o turismo na região. A crescente qualidade dos cafés produzidos na região das montanhas do Espírito Santo tem aumentado a busca pelo agroturismo cafeeiro na região.
Uma das pioneiras do agroturismo cafeeiro no local é a Fazenda Camocim, onde é produzido o famoso café do pássaro jacu. É possível agendar visitas guiadas pela propriedade e degustar os cafés em uma cafeteria.
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