Portocel vai operar terminal da Suzano em Santos
No Brasil, os mais recentes dados sobre o crescimento do setor florestal apontam que a atividade bateu recorde e se consolidou como um dos motores da economia brasileira. Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o setor registrou uma receita bruta de R$ 260 bilhões em 2022, representando um aumento de 6,3% maior em comparação com o ano anterior. A extensão de árvores plantadas atingiu a marca de 9,94 milhões de hectares no mesmo ano. No Espírito Santo, a área de florestas plantadas abrange 274.535 hectares, com 258.533 hectares dedicados ao eucalipto e 16.002 hectares destinados a outras espécies, como pinus e seringueiras. Essas atividades florestais geram mais de 66 mil empregos, resultando em uma renda anual superior a R$ 1 bilhão
De acordo com a IBÁ, a contribuição do setor para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro atingiu 1,3%, o maior percentual em 11 anos. O Brasil gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos, estabelecendo recordes de produção com 25 milhões de toneladas de celulose, 11 milhões de toneladas de papel e 8,5 milhões de m³ de painéis de madeira. O setor também mantém uma carteira de investimentos de quase R$ 62 bilhões, com uma média de abertura de uma nova fábrica a cada ano e meio.
O setor florestal brasileiro é o quarto item mais exportado pelo agro brasileiro, gerando divisas de US$ 14,29 bilhões. O Brasil se destaca como o maior exportador mundial de celulose. A área de árvores plantadas no país alcançou 9,94 milhões de hectares, apresentando um aumento de 0,3% em relação ao ano anterior. O eucalipto continua como a espécie dominante, abrangendo 76% da área plantada, totalizando 7,6 milhões de hectares. Em seguida, o pinus, com 19%, permaneceu praticamente estável em relação a 2021, abrangendo 1,9 milhão de hectares.
Um segmento em ascensão é o de papéis para fins sanitários, incluindo papéis higiênicos, toalhas de papel, lenços de limpeza e fraldas. O Brasil, apesar de seu grande potencial de crescimento nesse setor, ainda apresenta um consumo per capita inferior a outros mercados. O Espírito Santo, por exemplo, vai receber um investimento de R$ 650 milhões da Suzano, maior produtora mundial de celulose, para a construção de uma fábrica de papel tissue em Aracruz, no norte do estado.
No Espírito Santo, as atividades florestais ao longo da cadeia produtiva não apenas geram mais de 66 mil empregos, mas também contribuem para a economia local. O PIB do setor florestal representa 7,89% do PIB total do estado e cerca de 26,3% do PIB do agronegócio capixaba, além de representar aproximadamente metade das exportações de produtos do agro local.
Com base em dados de 2021, um estudo do Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro) revelou uma insuficiência na área estadual ocupada por eucalipto e pinus para suprir a demanda dos diferentes segmentos consumidores, estimada em 13.363.906,61 m³ de madeira por ano.
Nesse contexto, a Cedagro está desenvolvendo um Plano de Desenvolvimento Florestal Capixaba, com previsão de entrega em maio deste ano, para abordar questões críticas, incluindo o déficit de madeira.
“Estamos construindo um plano para levantar os principais desafios do setor florestal no Espírito Santo. Além disso, vamos propor ações para resolvê-los. O primeiro passo é o déficit de madeira. Nós temos que prever as ações necessárias e as atribuições e responsabilidades para as diferentes instituições e empresas que possuem relação com o setor florestal”, explicou o presidente da Cedagro, Gilmar Dadalto.
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