Fev 2024
5
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Fenômeno El Niño pode impactar produção agrícola

De acordo com projeções recentes divulgadas pelo National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), autoridade climática global, espera-se que o La Niña se estabeleça a partir de junho de 2024, sucedendo o período de pico do El Niño, que deve encerrar em março, seguido por um intervalo de neutralidade climática em abril.

O La Niña ocorre devido à intensificação dos ventos alísios, resultando em um resfriamento anormal das águas do Pacífico. Os impactos incluem aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste, enquanto o Centro-Oeste e Sul enfrentam estiagens.

No Sudeste, espera-se uma queda na temperatura e aumento no volume de chuvas, fatores que podem alterar o desenvolvimento vegetal e impactar a produção de maneiras diversas, geralmente levando a uma diminuição na produção.

“A agropecuária é uma indústria a céu aberto que depende do clima. Mudanças significativas na temperatura e no volume de chuvas afetam diretamente a produção”, destacou Renata Erler, especialista em gestão pecuária.

Isso não afeta apenas o solo e as plantas, mas também os animais que dependem deles para sobreviver, como os criados em fazendas para abastecer a indústria pecuária capixaba.

“Em regiões mais altas e normalmente mais frias, há a possibilidade de antecipação da estacionalidade forrageira, o que implica menos pasto disponível e a necessidade de planejamento na redução de lotação ou reserva de alimentos. Isso requer maior atenção à saúde dos animais, especialmente em fazendas leiteiras, onde os bezerros ficam mais suscetíveis a problemas respiratórios”, explicou.

Para Erler, o momento para os produtores é de pensar em questões econômicas e viáveis para manter a saúde do gado e dos pastos. A especialista enfatiza a importância da prevenção diante da ocorrência desses fenômenos, destacando a necessidade de ações de segurança, uma vez que o clima está além do controle humano.

Quanto às medidas específicas que agricultores e pecuaristas podem adotar para se adaptar melhor às condições adversas da La Niña, Erler sugere a construção de mini barragens, cercamento de nascentes, implementação de curvas de nível quando necessário, monitoramento contínuo do rebanho e planejamento econômico/zootécnico. Essas medidas proporcionam um arsenal de opções para solucionar problemas quando surgirem.

Segundo as previsões do International Research Institute for Climate and Society (IRI), da Universidade da Columbia, nos EUA, espera-se que o La Niña comece a afetar o clima global no segundo semestre de 2024, enquanto o El Niño deve perder força em maio de 2024.

Temperaturas ficam mais baixas durante o fenômeno La Niña

O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal dessa região, enquanto a La Niña é marcada por temperaturas mais frias. Essas mudanças afetam globalmente os padrões atmosféricos, transporte de umidade, temperatura e precipitação.

“No Brasil, quando acontece o La Niña, a gente percebe mudanças na chuva nas regiões norte do Nordeste, leste da Amazônia e no Sul. Ao longo do tempo, muitos cientistas tentam entender como isso afeta o Espírito Santo. Mas até agora, não temos uma descrição completa de como a chuva é afetada aqui. Por outro lado, alguns estudos mostram que, no sudeste do Brasil, as temperaturas costumam ser mais baixas que o normal nos meses de verão”, explicou Hugo Ely dos Anjos Ramos, coordenador de Meteorologia do Incaper.

De acordo com as previsões climáticas geradas pelos principais centros do Brasil e do Mundo, o El Niño vai enfraquecer e se tornar neutro no Oceano Pacífico a partir de abril de 2024. Isso deve durar até junho, quando pode começar a esfriar mais, indicando a chegada do fenômeno La Niña.

“É importante notar que essa mudança não afetará a quantidade de chuva esperada no Espírito Santo, apenas sugere que as temperaturas podem ficar um pouco mais baixas do que o normal durante o verão. Mesmo que o monitoramento da temperatura do mar indique a transição do El Niño para La Niña até junho, os efeitos dessas condições climáticas ocorrerão quando os padrões de vento estiverem totalmente de acordo com o associado ao fenômeno”, concluiu Ramos.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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