Como o La Niña pode impactar a agropecuária no Espírito Santo?
O crescente interesse dos brasileiros pelo café tem desencadeado uma série de transformações no setor, desde a produção até o varejo, influenciado pelo amadurecimento do consumidor. Mudanças nos gostos e estilos ganham força, refletindo-se no aumento de 1,64% no consumo de café no Brasil. Esse crescimento é atribuído à retomada do consumo fora de casa, preços mais atrativos no varejo e inovações como cafés gelados e prontos para beber. Simultaneamente, o comportamento do consumidor evoluiu, impulsionando a busca por cafés de alta qualidade e bebidas inovadoras. A demanda por produtos certificados no Programa de Qualidade do Café (PQC) da ABIC também cresceu, atingindo 2.937 produtos, um aumento de 61%.
Em muitos países ao redor do mundo, o consumo de cafés especiais está aumentando em um ritmo acelerado. No Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o consumo de café cresceu 1,64%, consolidando o país como o principal consumidor dos cafés nacionais.
Em 2023, a ABIC registrou um aumento de 61% no número de produtos certificados no Programa de Qualidade do Café (PQC), totalizando 2.937 produtos. As categorias são: Tradicional (37%), Extraforte (20%), Superior (16%), Gourmet (24%), Especial (0,01%) – certificação lançada em outubro de 2023 -, Cápsula (3%) e Cafés Sustentáveis (4%).
O PQC, criado em 2004, certifica a qualidade do café por meio de análise sensorial, classificando-o em Gourmet, Superior, Tradicional e Extraforte. Além de certificar o produto, a metodologia avalia boas práticas de fabricação, garantindo consistência em todo o processo de industrialização.
O crescimento dos produtos certificados é atribuído à Portaria SDA 570 e aos esforços da ABIC na conscientização da indústria. Em vigor desde 2023, a portaria estabelece novos padrões para o café torrado no Brasil, compartilhando a responsabilidade pela venda de produtos fora dos padrões entre industrializadores e varejo. A fiscalização federal agropecuária atua de forma solidária, incluindo hipermercados e supermercados como co-responsáveis nos casos em que o produto não atender aos padrões estabelecidos na legislação vigente.
A crescente preocupação dos consumidores com a sustentabilidade ambiental na cafeicultura reflete-se na busca por produtos sustentáveis. O processo de plantio, manejo, colheita, armazenamento e torrefação na cafeicultura sustentável atende às exigências do mercado, destacando a importância do cuidado ambiental.
A nova geração de empresários millennials, segundo pesquisa do World Coffee Portal (WCP), busca mais do que uma simples experiência ao beber café. Surgem conceitos como agricultura regenerativa e sequestro de carbono na cafeicultura, acompanhados de exigências como certificação e rastreabilidade para proporcionar transparência à produção.
A valorização da rastreabilidade e transparência impulsiona o consumo de cafés especiais, refletindo o interesse crescente em conhecer a origem dos grãos e o processo de produção. O projeto “Digitalização das Indicações Geográficas (IG) de Café”, desenvolvido pelo Sebrae, ABDI e Instituto CNA, visa fortalecer o mercado, promovendo controle e rastreabilidade das regiões produtoras, potencializando referências de qualidade e origem dos grãos no Brasil.
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