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O município de Ibiraçu vai receber um projeto-piloto que prevê a implementação de unidades de observação para o cultivo de bambu na região. O objetivo principal é identificar as espécies mais adequadas para um possível cultivo em larga escala. Embora ainda esteja em seus estágios iniciais, o projeto-piloto já delineia a participação ativa dos produtores rurais e a promoção do uso do bambu na produção de artesanatos e na construção de estruturas. O potencial do bambu na construção civil tem atraído investimentos para a cidade, com iniciativas como a construção de uma bambuzeria-escola na propriedade do Mosteiro Zen Budista, onde se encontra o monumento do Grande Buda.
Para viabilizar a implementação das unidades de observação para o cultivo de bambu na região, têm sido realizadas reuniões entre representantes da Secretaria de Agricultura (Seag), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), além das equipes da Prefeitura de Ibiraçu e do Mosteiro Zen Budista. Na última semana, um encontro marcou o início das discussões com o intuito de estabelecer um acordo de cooperação técnica.
O movimento em prol da valorização do bambu é liderado pelo monge Daiju Bitti, do Mosteiro Zen Budista, e teve início há cinco anos com a distribuição de 300 mudas para 40 agricultores locais. Agora, é momento de monitorar o desenvolvimento desses plantios nas propriedades, já tendo sido contatados seis deles. Posteriormente, planeja-se a expansão do cultivo em larga escala, com a distribuição de novas mudas.
A matéria-prima é reconhecida como uma importante alternativa na fabricação de objetos, móveis e edificações, o que tem motivado o estímulo ao seu cultivo em escala comercial para uso na arquitetura e na movelaria, bem como para gerar trabalho e renda para os produtores.
Atento a essa tendência, o Mosteiro Zen Budista de Ibiraçu, onde está localizado o monumento do Grande Buda, com 35 metros de altura e cerca de 350 toneladas de concreto, planeja iniciar ainda neste ano a construção de uma bambuzeria-escola, utilizando o bambu como matéria-prima na construção.
Para essa empreitada, serão necessárias aproximadamente duas mil varas de bambu para erguer a escola em uma área de 240 metros quadrados, com previsão de início das obras no segundo semestre deste ano e conclusão em 2025.
O monge Daiju Bitti explica que o empreendimento será voltado para jovens de baixa renda interessados em aprender a técnica de construção com bambu. Ele acredita que o bambu ocupará um espaço importante nas construções nos próximos anos, substituindo o ferro e a madeira utilizados na construção civil, arquitetura, mobiliário e artesanato de luxo.
“O bambu será o futuro. No Ocidente, o bambu é utilizado há mais de 300 anos, principalmente na Colômbia. Os arquitetos gostam de trabalhar com bambu. Com esse projeto, queremos que o bambu tenha um lugar de destaque e mostre para as pessoas que ele pode ser utilizado em várias áreas, desde a arquitetura até o artesanato. Além de poder gerar renda e emprego para as comunidades locais”, explicou Bitti.
O bambu é uma cultura de rápido crescimento, permitindo obter a primeira colheita já no quinto ano, além de ser uma produção agrícola de baixo custo, tornando-se uma alternativa viável para projetos de construção que buscam reduzir o impacto ambiental e promover o desenvolvimento sustentável. Além da taxa alta de desenvolvimento nos mais diversos climas e solos, ele capta uma grande quantidade de CO2 e libera uma grande quantidade de oxigênio na atmosfera.
Segundo a arquiteta do projeto da bambuzeria-escola, Carla Freire, o bambu será utilizado como uma alternativa sustentável ao concreto e ao aço. “Por ser um material de alta performance, apresenta resistência e flexibilidade. Além disso, o bambu não gera resíduo, já que todas as partes da planta podem ser utilizadas”, explicou Freire.
Além disso, Freire pontua que o bambu é uma planta de fácil manipulação e pode ser trabalhado por qualquer pessoa, possibilitando a criação de objetos desde artefatos e artesanatos até grandes obras.
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