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Produtores brasileiros estão entre os vencedores do concurso internacional Cacao of Excellence Awards (Cacau de Excelência), sediado em Amsterdã, na Holanda, em 8 de fevereiro. Entre os premiados, destacam-se Míriam Federicci Vieira, de Medicilândia, no sudoeste do Pará, e Luciano Ramos, de Ilhéus, na Bahia, ambos conquistaram medalha de ouro. Além disso, o estado do Pará recebeu a medalha de prata, entregue ao produtor Robson Brogni. Essa conquista reforça a excelência do cacau brasileiro, que já havia sido reconhecido em edições anteriores do concurso, como em 2017, quando as amêndoas do capixaba Emir de Macedo Gomes, de Linhares, foram premiadas entre as melhores do mundo.
O evento contou com a participação de 222 amostras de cacau de 52 países, reunindo especialistas em avaliação sensorial e da indústria do chocolate a cada dois anos para premiar os produtores. As amêndoas dos representantes brasileiros foram destacadas entre as 50 melhores do mundo e passaram por uma avaliação mais ampla por um júri composto por 32 especialistas de diversas áreas relacionadas ao chocolate e à produção de cacau.
Durante a cerimônia, foram premiadas as amostras selecionadas por continente, com os estados do Pará e Bahia sendo reconhecidos com ouro e prata entre as amêndoas da América do Sul.
O reconhecimento obtido no Cacao of Excellence Awards não apenas destaca o trabalho dos produtores, mas também contribui para valorizar a qualidade do cacau produzido localmente no mercado global. Essa visibilidade internacional não só abre portas para melhores oportunidades de negócio, mas também impulsiona a sustentabilidade e a qualidade da cultura do cacau no país.
Luciano Ramos, um dos produtores premiados, cultiva cacau em Ilhéus, no sul da Bahia. Sua variedade BN 34 conquistou diversos prêmios, incluindo o segundo lugar na 4ª edição do Concurso Nacional de Qualidade de Cacau em 2022. Em entrevista à Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Ramos expressou sua satisfação com a conquista, ressaltando a dedicação de toda uma vida à cultura do cacau e o orgulho de ver seu trabalho reconhecido internacionalmente.
“Acabamos de receber a medalha de ouro no Cacao of Excellence Awards em Amsterdã, conhecido como o ‘Oscar do cacau’. O que considero mais fascinante é que, após tantos altos e baixos, se me perguntassem se faria algo diferente, eu escolheria repetir tudo. Cacau, acima de tudo, é uma paixão. Esta é a terceira competição de qualidade de cacau em que participamos, e hoje fomos honrados com o ouro. É uma satisfação imensa”, compartilhou Ramos.
Em 2017, o Espírito Santo conquistou um feito inédito e histórico ao conquistar essa premiação internacional. O capixaba Emir de Macedo Gomes, de Linhares, ficou entre os melhores do mundo no mesmo concurso do Cacao of Excellenge.
O Espírito Santo é o 3º maior produtor brasileiro de cacau, com expressiva produção em 45 municípios capixabas. Dentro do Estado, Linhares é o maior produtor e concentra 70,7% da produção estadual. Levantamentos feitos pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), revelam que somente em 2021 o cacau capixaba somou 11.544 toneladas, agregando R$ 162,5 milhões ao agronegócio capixaba.
Ainda de acordo Enio Bergoli, em 2022, a exportação de chocolates e preparados com cacau foi de US$ 16,5 milhões de dólares, representando cerca de 1% do comércio internacional do agronegócio capixaba, com crescimento de 28% em relação a 2021.
Segundo a Seag, entre os mais de 310 municípios do Brasil que produzem cacau, Linhares é o 6° maior no ranking nacional e concentra 70,7% da produção estadual. Além de quantidade, as produções do cacau capixaba recebem o selo de qualidade. Desde 2012, o Estado tem uma indicação de procedência (IG) registrada no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o que reforça e comprova a qualidade dos produtos de cacau produzidos na região
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