Granja Faria investe R$ 60 milhões para criar novo polo distribuidor no Espírito Santo
As exportações de café pelo Espírito Santo registraram um movimento expressivo em janeiro de 2024, conforme dados fornecidos pelo Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV), representante dos exportadores do estado. No período, foram enviadas ao exterior 520 mil sacas de café, alcançando uma receita de US$ 84,3 milhões, equivalente a R$ 418,9 milhões (na cotação atual), a um preço médio de US$ 162,03 por saca. Esse desempenho representa um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior, com um crescimento de 313% no volume de sacas exportadas. Na época, foram comercializadas 125,9 mil sacas de café e uma receita de 21,7 milhões de dólares.
Em janeiro de 2024, foram 50.948 mil sacas de café arábica comercializadas a um preço médio de US$ 212,71 por saca, resultando em uma receita de US$ 10,8 milhões (R$ 53,6 milhões). Além disso, 426 mil sacas de café conilon foram enviadas ao exterior a um preço médio de US$ 154,09 por saca, gerando uma receita de US$ 65,7 milhões (R$ 326,5 milhões). Outras 42 mil sacas de café solúvel foram exportadas a um preço médio de US$ 180,79 por saca, movimentando US$ 7,7 milhões (R$ 38,2 milhões).
Comparativamente, em janeiro de 2023, o volume exportado foi menor, totalizando 125 mil sacas. Destas, 40,5 mil sacas de café arábica foram comercializadas a um preço médio de US$ 220,40 por saca, gerando uma receita de US$ 8,9 milhões (R$ 44,2 milhões).
Já as 64 mil sacas de café conilon foram negociadas a um preço médio de US$ 138,43 por saca, com uma receita também de US$ 8,9 milhões (R$ 44,2 milhões). Adicionalmente, 21 mil sacas de café solúvel foram exportadas a um preço médio de US$ 186,26 por saca, movimentando US$ 3,9 milhões.
Um destaque relevante é o aumento expressivo de 565,6% nas exportações de café conilon em janeiro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento é atribuído a diversos fatores favoráveis, incluindo a crescente competitividade internacional e a redução na produção de importantes regiões produtoras, como Vietnã e Indonésia.
O especialista de Inteligência de Mercado da StoneX, Fernando Maximiliano, destacou os motivos que posicionam o Brasil e o Espírito Santo como protagonistas no mercado global de café conilon.
Entre os principais fatores estão o aumento da demanda da indústria por essa variedade, melhorias nas técnicas de cultivo e na qualidade do produto, suprimento para regiões deficitárias como Vietnã e Indonésia, além de condições favoráveis de preço e de mercado global para o café robusta brasileiro.
Esses aspectos abrem novas oportunidades tanto para o Brasil quanto para o Espírito Santo no cenário internacional. O aumento da demanda da indústria pelo café conilon foi impulsionado pela melhoria na qualidade dessa variedade, que anteriormente era vista como inferior e utilizada apenas em blends com o café arábica. Outro impulsionador foi o aumento nos preços do café arábica em 2020 e 2021, levando a indústria a buscar alternativas, como o café conilon, no mercado.
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