El Niño afeta produção de hortaliças e frutas; La Niña deve surgir no 2° semestre
Com uma participação de 38% em 2023, o Espírito Santo continua a liderar como o principal exportador de mamão do Brasil. No primeiro mês de 2024, o volume de exportação de melões, melancias e mamões ultrapassou a marca de US$ 2,1 milhões, equivalente a R$ 10,7 milhões na cotação atual, representando um aumento de 36,94% em comparação a janeiro do ano anterior, quando registrou-se US$ 1.580.55 milhão, equivalente a R$ 7,85 milhões. Os dados consolidados de 2023 reforçam a posição do Espírito Santo como o maior exportador de mamão do Brasil, responsável por enviar 14,30 mil toneladas do fruto para o exterior, de um total de 37,85 mil toneladas exportadas pelo país.
No entanto, apesar do aumento na receita das exportações em janeiro deste ano, observa-se uma tendência de queda nos números em relação aos anos anteriores. Em janeiro de 2022, as exportações de mamão do Espírito Santo totalizaram US$ 3,2 milhões. No ano anterior, em janeiro de 2021, esse número foi ligeiramente superior, atingindo US$ 3,5 milhões. Já em janeiro de 2020, as exportações registraram um valor próximo, chegando a US$ 3,4 milhões.
No acumulado de 2023, as exportações brasileiras de mamão fecharam com uma queda de volume, mas uma alta na receita. Embora a quantidade enviada ao exterior tenha diminuído em 4,97% em comparação a 2022, totalizando 37,85 mil toneladas, o faturamento aumentou em 7%, alcançando US$ 53,07 milhões, um recorde histórico.
A receita aumentou mesmo com a queda dos envios porque a oferta global para o continente europeu, principal comprador do mamão brasileiro, continuou baixa, como nos meses anteriores. Assim, as cotações subiram. Consoante dados da European Comission, em 2022, 90% das importações do bloco europeu vieram do Brasil.
José Roberto Macedo Fontes, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), destaca que 2023 apresentou uma receita superior, embora com um volume ligeiramente menor em comparação a 2022. Isso se deve em parte ao esforço para ajustar os preços internacionais e lidar com os crescentes custos de produção.
“Nós tivemos que batalhar muito para um ajuste no preço internacional, para suportar o aumento do custo da produção, o que resultou neste valor superior também em janeiro de 2024. Mas, infelizmente, os custos para os exportadores são estratosféricos”, explicou Fontes.
A redução no quantitativo enviado ao exterior tem a ver com a menor área para a produção devido aos baixos investimentos nos anos anteriores (anos relacionados à pandemia) e chuvas em algumas localidades exportadoras no primeiro semestre (que provocaram o aparecimento de doenças fúngicas), somados ao tempo mais seco no segundo semestre, que tornou propício o surgimento de ácaros nas regiões produtoras baianas e capixabas.
Para os próximos meses, é esperado um aumento no volume embarcado, pois investimentos realizados no final de 2023 e início de 2024, juntamente com a redução nos custos dos insumos, como sementes de mamão formosa, devem impulsionar a produção.
Os dados consolidados de 2023 mostram que o Espírito Santo liderou as exportações de mamão do Brasil, sendo responsável por 38% das exportações, seguido do Rio Grande do Norte (33%), Paraíba (10%) e Bahia (11%). O destino principal foi a Europa, principalmente Portugal (28%), Espanha (18%) e Reino Unido (13%).
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