Mar 2024
4
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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No Brasil, piscicultura venceu adversidades e cresceu 3,1% em 2023

A tilápia continua a ser o peixe mais produzido no Espírito Santo. No ano passado, foram produzidas 18.100 toneladas de tilápia e 930 toneladas de peixes nativos, somando 19.030 toneladas. Com recorte municipal, a cidade de Linhares é a que tem a maior produção de pescados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em seguida, vem os municípios de Domingos Martins, Guarapari, Marechal Floriano, Alegre e Santa Leopoldina.

Segundo análise da Peixe BR, falta pouco para o Espírito Santo ter um bom ambiente de negócios em relação à piscicultura. A proximidade de um grande mercado consumidor, como o do Rio de Janeiro, é um fator competitivo para o estado, ainda pouco aproveitado.

“As condições ambientais são favoráveis à piscicultura, principalmente a tilapicultura, por abrigar ecossistemas distintos que permitem o bom desenvolvimento da atividade. A produção no estado não atende à demanda local, o que gera a necessidade da aquisição de tilápia em Minas Gerais para o funcionamento de plantas de processamento. Os projetos de fomento e extensão Aquicultura Sustentável e Aquicultura Familiar contribuem para fortalecer a piscicultura do Espírito Santo”, explicou o documento.

O primeiro é voltado ao desenvolvimento e à difusão de novas tecnologias de produção, enquanto o segundo trabalha o empoderamento da mulher em pequenas represas, com tanques-rede.

No Espírito Santo, um dos desafios apontados pelo Anuário da Piscicultura é o licenciamento ambiental. “Como na maioria dos estados que não tem grande expressividade na produção, o grande desafio é o licenciamento ambiental da piscicultura. Esta é uma ação que deve ser desenvolvida em conjunto: estado e setor produtivo. Sem segurança jurídica ambiental, a atividade não tem futuro, seja no Espírito Santo ou em qualquer outro estado brasileiro”, pontuou.

No cenário nacional, foram produzidas 887.029 toneladas de peixes de cultivo em 2023, com crescimento de 3,1% sobre o resultado do ano anterior (860.355 toneladas). A tilápia participou com 579.080 toneladas (65,3% do total), os peixes nativos contribuíram com 263.479 toneladas (29,7% do total) e as outras espécies (carpa, truta e pangasius) atingiram 44.470 toneladas (5% do total).

O Paraná lidera o cultivo de tilápia no país, com 209.500 toneladas, constata a Peixe BR. A produção no estado cresceu 11,5% em relação a 2022 (187.800 toneladas). Em seguida vem São Paulo (75.700 toneladas, mas a produção local caiu 2% em 2023. Entre os cinco maiores estados produtores, destaque para Minas Gerais (58.200 toneladas), que teve aumento de 12,6%. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, atrás de China, Indonésia e Egito.

A estatística de produção de peixes de cultivo da Peixe BR completa 10 anos (2014 a 2023). Nesse período, o cultivo saltou de 578.800 toneladas para 887.029: +53,25%. A média de crescimento anual é bastante expressiva: 5,325%. Considerando que as exportações ainda são pouco representativas – apesar de em crescimento –, o aumento da oferta representa elevação direta do consumo interno. Atualmente, o brasileiro consome 4,35 kg de peixes de cultivo por ano.

“A produção nacional avança com consistência. Todos os estados brasileiros produzem peixes de cultivo, seja tilápia, nativos ou outras espécies. O país tem clima propício, potencial hídrico para multiplicar o cultivo atual algumas vezes e dimensões continentais. Puxada pela tilápia, a piscicultura brasileira tem representatividade crescente”, enfatiza Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.

As exportações também cresceram. No total, o país comercializou 6.815 toneladas de peixes de cultivo – com liderança expressiva da tilápia – e receita de US$ 24,7 milhões. Esse resultado é 4% superior ao obtido em 2022.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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