Produção de peixes de cultivo cresce 6,3% no Espírito Santo
O setor de máquinas agrícolas viveu uma forte expansão no início desta década, em compasso com os resultados históricos do agronegócio brasileiro, inclusive durante a pandemia. Foram três anos de crescimento consistente, com um pico de mais de 70 mil unidades vendidas em 2022, entre tratores de roda e colheitadeiras de grãos. O ano de 2023 foi marcado pela cautela entre os agricultores, em função do clima adverso e de problemas de financiamento para os clientes. Com isso, as vendas de 60.981 unidades representaram recuo de 13,2% em relação a 2022. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Do total de 60.981 mil unidades de máquinas agrícolas comercializadas em 2023, a maior parte foram de tratores de rodas, com 53.793 mil e 7.188 mil unidades de colheitadeiras de grãos.
Com recorte para os tratores, houve queda de 12,4% na comercialização em relação ao ano anterior, quando foram vendidas 61.441 mil unidades. Já as vendas das colheitadeiras de grãos caíram 18,5%, para 7.188 mil unidades ante 8.821 em 2022.
Apesar da queda nos números de vendas, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, explica que 2023 foi um ano relevante para as máquinas agrícolas, se comparado ao período pré-pandemia. O ano passado superou 2019, quando o Brasil vendeu 38.728 mil unidades; 2020, com 40.983 mil unidades vendidas; e 2021, com vendas de 58.433 mil unidades.
Leite também destaca que a queda está associada ao financiamento, responsável, segundo ele, por 60% da tomada de decisão dos consumidores de comprar uma máquina agrícola, com peso para as taxas e o tempo de pagamento, além da liberação de crédito.
Os executivos da Anfavea também apontam que o clima adverso e a queda nos preços das commodities agrícolas contribuíram para a queda nas vendas.
O faturamento das exportações de máquinas agrícolas no ano passado foi de US$ 640 milhões. O Paraguai foi o principal destino das máquinas fabricadas no Brasil, com 30% das compras (US$ 195 milhões), seguido pelos Estados Unidos, com 15% do mercado (US$ 95 milhões), e pela Bolívia, com 9% (US$ 55 milhões). Seguido do Uruguai, com 8% do mercado (US$ 53 milhões), da África do Sul, com 8% (U$ 51 milhões) e Argentina com 5% (US$ 34 milhões).
As previsões para 2024 contemplam um ano ainda afetado por assuntos como questões climáticas, preços das commodities e condições de crédito. A estimativa é que registre 54.300 unidades de máquinas agrícolas, 11% a menos que no ano anterior. Já as exportações deverão manter certa estabilidade, com envios de 8.500 unidades, 3% a menos que em 2023.
Vendas de máquinas agrícolas – Tratores de rodas e colheitadeiras de grãos
2019: 38.728 mil unidades
2020: 40.983 mil unidades
2021: 58.433 mil unidades
2022: 70.262 mil unidades
2023: 60.981 mil unidades
Perfil do setor de máquinas autopropulsadas
•Desde 1960 foram vendidas 2,4 milhões de máquinas e exportadas 578 mil unidades
•No ranking mundial, o Brasil é o 4° maior no mercado de máquinas agrícolas e 6° em rodoviárias
•Possui uma extensa e sólida cadeia de fornecedores formada por 10,2 mil empresas
•Desde 2019, investe em média R$ 1,5 bilhão por ano em capacidade, P&D, descarbonização e segurança
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