Vendas de máquinas agrícolas chegam a 60.981 mil unidades em 2023
A escassez de oferta na Ásia, desafios logísticos pelos conflitos no Mar Vermelho, além das adversidades na produção de café robusta em países como Indonésia e Vietnã, têm colocado o Espírito Santo em destaque no mercado internacional de café conilon. A maior cooperativa de café conilon do Brasil, a Cooabriel, com sede em São Gabriel da Palha (ES), anunciou que encerrou 2023 com um volume de exportação superior a 152 mil sacas de café de 60 kg. Isso equivale a um aumento de 28% na quantidade de sacas embarcadas diretamente em 2023 ante 2022, em meio a uma maior demanda internacional.
Em 2022, o volume de exportação da Cooabriel ficou em 118 mil sacas de café, o equivalente a cerca de 10% das exportações capixabas de conilon. Em 2023, os embarques aumentaram e novos destinos foram alcançados. Além de clientes recorrentes como Rússia e Colômbia, outros países entraram no radar e os mais de 400 contêineres exportados chegaram a mercados inéditos, como Alemanha e Portugal.
A cooperativa, que atualmente conta com mais de 7.700 cooperados e tem área de atuação nos estados do Espírito Santo e Bahia, iniciou um plano de exportação e internacionalização da marca em 2020. Os resultados têm incentivado a continuidade das ações.
O presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, prevê que a cooperativa invista cada vez mais no projeto de expansão internacional. “A nossa expectativa é criar mais oportunidades para abastecer o mercado externo com café conilon. Tem sido observada uma melhoria significativa na qualidade do conilon e isso contribui com o avanço da exportação. O propósito é buscar mercados com valores diferenciados para que se consiga também melhorar a remuneração ao produtor”, ressaltou Bastianello.
O despertar do interesse do mercado internacional pelo conilon deve-se à soma de diversos fatores. É o que aponta o gerente de Comercialização e Mercado da Cooabriel, Edimilson Calegari.
“O avanço no cenário internacional passa pela melhoria contínua da qualidade, através do aprimoramento dos processos de produção dentro das propriedades rurais, especialmente com relação ao pós-colheita”, afirmou Calegari.
A comprovação dos preceitos de sustentabilidade aplicados à produção e comercialização também é um diferencial que as empresas estrangeiras têm buscado. A inserção de produtores na Certificação 4C vem de encontro a essa demanda, na mesma medida em que a Certificação Smeta 4 Pilares, obtida no último ano, está relacionada à ética e à responsabilidade social de processos.
O trabalho de divulgação internacional do conilon como bebida de qualidade também tem sido um diferencial. A gerente de Exportação e Sustentabilidade da cooperativa, Renata Vaz, explica que as ações cumprem um importante papel ao desmistificar ideias não favoráveis ao conilon, bem como demonstrar as características sensoriais únicas que a variedade possui.
“Anualmente o plano de desenvolvimento do mercado internacional é discutido e os mercados-alvo são traçados, bem como a possibilidade de participação de feiras e eventos estratégicos”, acrescenta Vaz.
Nos últimos anos, tem aumentado o interesse e a demanda da indústria internacional pelos cafés canéforas (conilon/robusta) brasileiro. A melhoria na qualidade e os recentes investimentos feitos pelos produtores rurais em técnicas de cultivo têm colocado o conilon capixaba como protagonista.
Em 2023, o estado do Espírito Santo, que é o maior produtor de conilon do Brasil, aumentou significativamente as exportações da variedade. De acordo com o Centro de Comércio do Café de Vitória (CCCV), de janeiro a dezembro de 2023 foram embarcadas 4.015.139 sacas do café conilon cru em grãos, enquanto no total de 2022 foram exportadas 1.182.864 sacas.
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