Mar 2024
25
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Preços da commodity seguem batendo recorde na bolsa de Nova York

O aumento dos preços pode ser atribuído por alguns fatores, conforme explicado por André Scampini, secretário executivo da Associação dos Cacauicultores do Espírito Santo. Entre os motivos, destaca-se a redução na produção de cacau nos países africanos Costa do Marfim e Gana, devido às variações climáticas e surtos de pragas que afetaram a produtividade nessas regiões produtoras.

Um outro ponto adotado pelo especialista são as exigências cada vez mais rígidas da União Europeia em relação à preservação ambiental e ao desmatamento, o que também contribui para elevar os custos de produção. No Brasil, a redução na produção devido a condições climáticas desfavoráveis, como a escassez de chuvas, também desempenhou um papel importante nesse cenário.

“Ao mesmo tempo, houve redução da produção devido a efeitos climáticos, como a falta de chuvas, que fez com que a produção da amêndoa de cacau reduzisse. No ano passado, os preços começaram a subir, mas as grandes indústrias ainda mantinham estoques. Conforme os preços foram aumentando gradualmente, em outubro ocorreu um aumento mais dramático devido ao esgotamento desses estoques”, afirmou o secretário executivo da Acau, André Scampini.

A diminuição dos estoques das indústrias, aliada à crescente demanda por cacau, especialmente na Ásia, continua impulsionando os preços para cima. No Espírito Santo, os produtores já estão colhendo os frutos desse mercado aquecido, com os preços subindo significativamente. A saca de 60 kg estava sendo comercializada a R$ 2.480,00 no dia 22 de março de 2024, uma variação de 8,77% em relação ao dia anterior.

Enquanto isso, em Costa do Marfim e Gana, grandes produtores da commodity, as principais fábricas estão sendo forçadas a cortar ou interromper a produção por não conseguirem cobrir os custos das sementes. Por isso, prevê-se que os preços do chocolate aumentem acentuadamente em todo o mundo.

A Organização Internacional do Cacau (ICCO) prevê uma queda na produção mundial de 10,9% para 4,45 milhões de toneladas este ano, resultando no no primeiro déficit de oferta do mercado em quatro anos consecutivos.

André Scampini, secretário executivo da Acau, vê este momento como crucial para para os preços do cacau na bolsa nova-iorquina, sugerindo a possibilidade de atingir US$ 10 mil por tonelada. “Vamos observar atentamente como os preços se desenvolverão daqui para frente. Há especulações de que possam alcançar os 10 mil dólares por tonelada. É claro que, em algum momento, é esperado que ocorra uma correção e uma estabilização. Pelo menos em um futuro próximo, não devemos esperar que os preços retornem ao patamar registrado em agosto de 2022, quando estavam em torno de 2 mil dólares por tonelada”, explicou Scampini.

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