Abr 2024
3
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Cai a diferença dos preços do café arábica para o robusta

Os desafios enfrentados pela produção e distribuição da safra vietnamita, aliados a uma comercialização mais lenta dos produtores do país asiático, têm atraído compradores estrangeiros ao Brasil. Além disso, a Indonésia, o terceiro maior produtor de café robusta, também está enfrentando dificuldades em seu setor agrícola.

Com o preço da saca do conilon orbitando em torno de R$ 1.000 por maior demanda internacional, outros fatores contribuem para a valorização do café robusta. Problemas logísticos decorrentes de conflitos no Oriente Médio afetaram as rotas marítimas, resultando em aumentos nos fretes de navegação.

O Canal de Suez foi diretamente impactado e levou empresas de navegação a buscar  rotas alternativas mais demoradas, como através da África, afetando o escoamento da safra do Vietnã para a Europa e abrindo mais espaço para o café brasileiro no mercado internacional.

Também foi possível observar que os embarques de robusta em janeiro e em fevereiro de 2024 somaram 1,03 milhão de sacas, seis vezes mais que o volume escoado no mesmo período do ano passado. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Enquanto isso, caiu a diferença de preços entre o café robusta e o arábica. Os preços do arábica seguem relativamente estáveis ao longo deste ano. Em março, o Indicador do Cepea do tipo 6 opera na casa dos R$ 1.000 a saca. Diante disso, a diferença entre os valores médios do robusta e do arábica tem se aproximado.

Na parcial de março (até o dia 28), o indicador do Cepea registra uma média do arábica de R$ 1.013,91 e o robusta de R$ 892,73, resultando em uma diferença de R$ 121,18. No mesmo mês do ano passado foi de R$ 458,39 a saca.

O Brasil, segundo maior produtor mundial de café conilon, tem um mercado interno forte com demanda por solúvel, torrado e moído. Essa situação contrasta com a realidade do Vietnã e da Indonésia, que não possuem uma demanda interna tão significativa.

Para Marcus Magalhães, especialista em Mercado de Café e proprietário da MM Cafés, a alta dos preços da saca do conilon abre novas oportunidades para os produtores aumentarem seus lucros. “Com as vendas, os produtores conseguem pagar a colheita, adquirir adubo, insumos agrícolas, entre outros. Isso também os estimula a investir mais nas plantações, como comprar maquinários e tecnologia e expandir novos plantios. Também abre para a possibilidade de investir em ativos, explorando novas formas de investimentos”, destacou Magalhães.

O especialista Marcus Magalhães prevê um ano promissor para o agronegócio no Espírito Santo em 2024, especialmente na região norte do estado, destacando a produção de café conilon, pimenta e cacau. Com os preços dessas commodities atingindo níveis recordes, a região está se desenvolvendo como um polo de oportunidades no setor agrícola.

Os preços da pimenta-do-reino e do cacau estão atingindo níveis históricos. Enquanto a pimenta-do-reino está sendo negociada entre R$ 18,50 e R$ 19,00, em comparação com os R$ 12,50 do mesmo período do ano passado, o valor da saca de cacau está se aproximando dos 3 mil reais.

No Espírito Santo, a saca é cotada a R$ 2.920,00. Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros para maio estão em torno de US$ 10.000, preços inéditos que garantem mais lucros para os produtores.

“Essa conjuntura de preços elevados tanto para a pimenta quanto para o cacau indica novas oportunidades no norte do Espírito Santo e sul da Bahia, regiões onde o mercado de pimenta é robusto e o cacau está atingindo recordes de preço”, concluiu Magalhães.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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