Abr 2024
16
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Abr 2024
16
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Lei proíbe compra de produtos de áreas desmatadas

Uma das exigências da União Europeia é que as empresas publiquem relatórios acessíveis e informativos em suas plataformas digitais, proporcionando aos consumidores uma visão completa de suas cadeias de abastecimento.

No último dia 15 de março, a Diretiva de Due Diligence de Sustentabilidade Corporativa (CD3D) também foi aprovada na Comissão Europeia.

Com a homologação pelo Parlamento Europeu, empresas europeias com 5.000 empregados e um faturamento de 1,5 bilhão de euros serão afetadas em três anos; aquelas com 3.000 empregados e 900 milhões de euros em faturamento, em quatro anos; e as empresas com 1.000 empregados e 450 milhões de euros em faturamento, em cinco anos.

Isso significa que, em meados de 2027, as novas regras já estarão valendo. “Isso mudará por completo a forma de fazer negócios no mundo inteiro, pois as empresas europeias serão obrigadas a exigir de seus fornecedores em qualquer lugar do mundo pleno compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social”, explicou Marcelo Zenkner, doutor em Direito Público e mestre em Direitos e Garantias Constitucionais Fundamentais.

Marcelo Zenkner explica que a nova regulamentação deve ser vista como uma oportunidade pelos produtores capixabas associados às cooperativas. “Em vez de encarar a nova regulamentação como um risco para os negócios e as exportações, ela deve ser vista como uma grande oportunidade. Quando esses regulamentos entrarem em vigor, aqueles que estiverem preparados para realizar negócios de acordo com a nova realidade serão, sem dúvida, muito mais competitivos”.

A nova legislação também é uma resposta à demanda do mercado e dos consumidores, que estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade e dispostos a pagar mais por produtos de origem sustentável. Uma pesquisa da consultoria Bain&Company, divulgada no final do ano passado, revelou que 64% dos consumidores globalmente estão altamente preocupados com a sustentabilidade. No Brasil, esse número é ainda maior, chegando a 81%.

“Os consumidores estão até dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis: o acréscimo no valor pode chegar a 12% de modo geral e, para consumidores brasileiros, em até 16%. Isso é importante porque a mudança no comportamento dos consumidores orienta a implementação de políticas públicas e a evolução da legislação, o que certamente fará com que a intervenção governamental seja cada vez mais ousada na regulação da cadeia de fornecedores das empresas”, concluiu.

Cooperativas capixabas do agro exportaram R$ 194,7 milhões em 2022

Em sintonia com as novas exigências, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/ES) destaca a necessidade de as cooperativas capixabas estarem atentas às novas regulamentações europeias.

As coops do ramo agropecuário são grandes produtoras e exportadoras de produtos agrícolas, como café e pimenta. Só em 2022, elas exportaram R$ 194,7 milhões, o que representa um crescimento de 85,5% em relação ao total de 2021.

De acordo com o gerente de Desenvolvimento Cooperativista do Sistema OCB/ES, Valdemar Fonseca, a maioria das cooperativas já estão exportando ou têm interesse em exportar.

“Temos notado que muitas delas participam de feiras internacionais, onde os importadores e compradores estão cada vez mais preocupados com a origem e rastreabilidade dos produtos. Isso tem levado as cooperativas a intensificarem seus esforços em implementar processos de rastreabilidade e controle, demonstrando um compromisso real com a sustentabilidade e o bem-estar do planeta”, destacou Fonseca.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas