A previsão para o início da colheita do café conilon no Espírito Santo aponta para a segunda quinzena de abril e o início de maio. Contudo, já desde o início de abril, algumas plantações, especialmente aquelas com clones de conilon de maturação precoce, estão avançando na colheita. A estimativa é do Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooabriel, a maior cooperativa de café conilon do Brasil. Apesar dos desafios climáticos registrados nos últimos meses de 2023, como altas temperaturas, as expectativas para uma boa safra da principal atividade agrícola do estado permanecem elevadas.
Embora alguns cafeicultores já tenham iniciado a colheita, especialmente aqueles com clones de maturação precoce, este cenário ainda não é visto na maioria das plantações. Segundo Bastianello, os grãos maduros devem começar a aparecer entre o final de abril e o início de maio deste ano.
“Estamos atualmente no início da pré-colheita, com lavouras vegetativas e copas direcionadas. Nossas plantações estão bem cuidadas e apresentam boas perspectivas. Alguns produtores já deram início à colheita, especialmente dos clones precoces, mas isso ainda é uma prática pontual. Nossas lavouras ainda estão predominantemente verdes, e os cafés que estão sendo colhidos ainda não atingiram a qualidade desejada; portanto, é prematuro colher café neste momento. Embora alguns produtores já tenham começado a colher com clones precoces, isso ainda é uma exceção. No entanto, prevemos que a colheita ganhe força no final de abril e início de maio”, ressaltou Bastianello.
A recomendação técnica para iniciar a colheita do café é aguardar até que a maior parte dos frutos esteja madura, em busca de melhor rendimento e qualidade dos grãos. Geralmente, espera-se que pelo menos 80% dos frutos estejam maduros antes de iniciar a colheita.
Um exemplo é o produtor de Jaguaré, Antonio Carlos Effigen, que já está na fase de colheita dos clones precoces, enquanto a colheita dos grãos mais tardios está programada para começar a partir de 15 de maio. Mesmo com a previsão de colher cerca de 800 sacas de café conilon, as altas temperaturas registradas no final de 2023 podem reduzir as expectativas de colheita. Effigen destaca que, apesar da estiagem, suas plantações foram menos afetadas em comparação com as dos vizinhos produtores, e ele mantém boas expectativas para a safra.
“Estamos prevendo uma colheita de 800 sacas de café conilon, mas continuamos investindo na renovação da lavoura, introduzindo clones mais jovens e produtivos. Embora a estiagem possa reduzir a quantidade de café colhido, minha plantação não foi tão prejudicada quanto a de alguns vizinhos. As expectativas para a safra são positivas”, afirmou Effigen.
A cafeicultura é a principal atividade agrícola do estado, envolvendo cerca de 131 mil famílias na produção. O Espírito Santo é o segundo maior produtor brasileiro de café, contribuindo com mais de 30% da produção nacional, tanto de arábica quanto de conilon. Atualmente, são cultivados 408 mil hectares de café no estado.
Os meses de novembro de 2023 a janeiro de 2024 foram marcados por altas temperaturas e precipitações abaixo da média no Espírito Santo, o que gerou preocupações para as lavouras de café e outras atividades agrícolas na região.
O cafeicultor Elias de Paula, de Nova Venécia, compartilha suas expectativas para a próxima safra de café com otimismo. Com 250 mil plantas, ele espera colher cerca de 3.500 sacas de conilon. Elias destaca a qualidade dos grãos e acredita que, apesar de os clones precoces poderem apresentar um peso um pouco mais leve, os clones médios e tardios prometem uma produção satisfatória.
“Nas minhas lavouras, esperávamos que a colheita fosse antecipada e os grãos amadurecessem mais cedo, mas isso não aconteceu. Acredito que vamos começar a colher depois do dia 15 de maio, mas as expectativas estão animadoras. Os grãos estão bonitos, embora pareça que os clones precoces podem ser um pouco leves, acreditamos que os clones médios e tardios terão um peso normal. Esperamos uma colheita melhor do que no ano passado”, compartilhou.
No entanto, o cafeicultor recorda desafios enfrentados na safra anterior, quando os efeitos climáticos reduziram sua colheita em quase 50%. Embora a estiagem no final do ano tenha afetado algumas áreas de suas lavouras, ele minimiza as perdas nas áreas com plantas mais estabelecidas.
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