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Empresários do agronegócio capixaba, especializados na produção e exportação de gengibre, mamão e pimenta-do-reino, foram em busca de novos negócios durante a Fruit Attraction 2024, um dos maiores eventos globais dedicados a frutas e vegetais. Realizada em São Paulo, a feira proporcionou uma plataforma para estabelecer novas parcerias e fechar importantes acordos comerciais. As projeções indicam que essas conexões resultarão em um volume de negócios estimado em R$ 1 bilhão ao longo dos próximos 12 meses.
Esta é a 15ª edição da feira e a primeira que é realizada em solo brasileiro. A organização do evento é uma colaboração entre a Ifema Madrid e a Fiera Milano Brasil, prevendo a participação de nove mil visitantes vindos de mais de 45 países, além de contar com a presença de 300 expositores. As atividades foram realizadas no Centro de Convenções São Paulo Expo & Convention Center.
O propósito principal da Fruit Attraction – São Paulo é impulsionar ainda mais o setor de exportação de frutas no país, que bateu recorde de faturamento em 2023. Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), a fruticultura alcançou a marca de 1,2 bilhão de dólares no ano passado.
Durante o evento, foram apresentados os setores de condimentos e especiarias para representantes de todo o mundo, destacando produtos como pimenta-do-reino, mamão e gengibre. Uma das cooperativas participantes foi a Cooperativa dos Produtores de Gengibre da Região Serrana do Espírito Santo (Coop Ginger).
Leonarda Plaster, presidente da coop, enfatiza que esta foi uma oportunidade para estabelecer contatos que anteriormente eram mantidos apenas virtualmente. Atualmente, a Coop Ginger atende tanto o mercado interno quanto externo, com foco nas exportações, principalmente para a Europa.
“Conseguimos estabelecer contato com pessoas que até então conhecíamos apenas virtualmente e também expandimos nossa rede de contatos com brasileiros e estrangeiros envolvidos no comércio exterior. Além disso, identificamos potenciais clientes e fornecedores”.
Entre os participantes, estava uma das maiores empresas exportadoras de gengibre do país, a Pommer Ginger. O proprietário Wanderley Stuhr ressalta a importância da feira para estabelecer contato com executivos de empresas em regiões onde ainda não possuem uma presença significativa, como a América do Sul.
“Tivemos a oportunidade de entrar em contato com várias empresas e compradores de países da América do Sul, além das regiões onde já atuamos, como Europa e Estados Unidos. O gengibre capixaba é reconhecido hoje como o melhor do mundo, com produção concentrada na região serrana do estado. Ao longo dos anos, temos conquistado cada vez mais espaço com nosso produto, que é altamente valorizado. O gengibre é totalmente produzido por agricultores familiares, proporcionando alternativas de renda para os produtores da região”, destacou Stuhr.
A Pommer Ginger é uma empresa dedicada à produção, beneficiamento, exportação e distribuição de gengibre de alta qualidade, exportando cerca de 6 a 7 mil toneladas por ano.
O Espírito Santo se destaca como o maior produtor e exportador de gengibre e pimenta-do-reino. O estado produz 75% de todo o gengibre cultivado em solo brasileiro e é responsável por 55% das exportações nacionais do produto. Em relação à pimenta-do-reino, 65% do comércio exterior desse condimento tem origem nas terras capixabas, que respondem por 60% da safra nacional.
A presença internacional em busca de oportunidades de negócios foi garantida, com expositores oriundos de Portugal, Grécia, Holanda, França, Itália, Espanha, Argentina, Chile, Uruguai, Estados Unidos, Egito e Nova Zelândia. Além disso, houve expressiva participação de outros estados brasileiros, incluindo Rio Grande do Norte, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Pará e São Paulo.
O Brasil é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino no mundo, sendo o Espírito Santo o maior produtor e exportador nacional. Segundo o IBGE, em 2022 o valor bruto da produção de pimenta-do-reino e especiarias do Brasil ultrapassou 1,5 milhão de reais em uma área cultivada de 41.310 hectares e produção na ordem de 128.331 toneladas. Dados de 2017 reportam um total de 32.799 estabelecimentos agropecuários com pimenta-do-reino, onde 83% são propriedades de base familiar.
A Brazilian Spice Association (BSA) representou a cadeia produtiva da pimenta, contando com 29 empresas de exportação associadas em todo o país, sendo a maior representatividade da cadeia produtiva em território nacional e internacional. Aureliano Nogueira da Costa, secretário executivo da BSA, destacou a importância da feira para estabelecer reuniões com representantes estrangeiros.
“Foram dois dias intensos. Essa foi uma oportunidade para os produtores e empresários capixabas expandirem seus negócios. Recebemos visitantes em nosso estande de diversos países, como Índia, Egito, China, Vietnã, entre outros. Apresentamos uma variedade de tipos de pimenta, como a pimenta rosa e a branca, que despertaram grande interesse”, destacou Costa.
A empresa Frutas Solo, especializada no beneficiamento e exportação de mamão, pitaya, gengibre e goiaba, também marcou presença. Com sede em Sooretama, no norte do estado, a empresa tem ampliado suas exportações para diversos destinos, incluindo países da Europa, América do Sul e Oriente Médio.
Francisco Vidolin, sócio-proprietário da Frutas Solo, destacou que a participação em feiras internacionais é uma prática comum para a empresa. Desta vez, participaram ativamente das rodadas de negócios e projetam movimentar até US$ 300 mil em negócios.
“Na Frutas Solo, sempre participamos de feiras e workshops. Anualmente, marcamos presença com estande na feira de Madrid. Desta vez, participamos como membros das rodadas de negócios, que facilitam encontros comerciais entre importadores e exportadores. Tivemos uma agenda lotada com importadores, pois o nosso portfólio de produtos é diversificado. Reforçamos laços com alguns clientes antigos e estabelecemos novos contatos, potencialmente resultando em vendas futuras”, comentou Vidolin.
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