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O Fundo Ambiental Sul Baiano (FASB) anunciou ontem (13), em Vitória, no Espírito Santo, seu segundo ciclo de investimentos. Cerca de 8 milhões de euros, o equivalente de R$ 44,4 milhões na cotação atual, serão aportados ao longo de três anos com três metas principais: a implantação de 1.500 hectares de restauração ecológica e manejo sustentável, formando corredores ecológicos para conectar cerca de 170 mil hectares de fragmentos florestais entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. O objetivo é estabelecer um corredor ecológico com extensão de 500 km.
A empresa dinamarquesa KIRKBI aumentará em mais de um terço seu investimento neste novo ciclo do Programa FASB, mantendo a britânica iNovaland como gestora do programa. O investimento da KIRKBI será dobrado por meio de dois projetos: o FASB-Floresta Viva e o Corredor da Mata.
O FASB-Floresta Viva, uma parceria com o BNDES e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), financia projetos socioambientais de instituições regionais; e o Corredor da Mata, com a Suzano promovendo junto a produtores rurais a adequação ambiental e ações de restauração e manejo sustentável no corredor planejado entre a maior área de Floresta Atlântica de Tabuleiro do norte do Espírito Santo, composto pela Reserva Biológica de Sooretama, a Reserva da Vale e duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) da Suzano, e o Parque Nacional do Monte Pascoal no sul baiano.
Márcio Braga, coordenador do FASB, destaca que este novo ciclo reflete a importância ambiental e social dos resultados alcançados anteriormente. Ele reitera o compromisso em investir em projetos para restauração florestal, agrossilvicultura e conexão de fragmentos florestais.
“Queremos que este segundo ciclo continue a trazer projetos que proporcionem valor real às comunidades locais, garantindo que os objetivos se baseiem nas prioridades locais. Nosso foco é investir em projetos para restauração florestal, agrossilvicultura e para a conexão de fragmentos florestais que promovam um impacto positivo na paisagem, na conservação da biodiversidade, na segurança alimentar e no incremento da renda familiar”.
Lars Hyldgaard Olesen, diretor de Programas da KIRKBI, expressa satisfação com os resultados do primeiro ciclo do FASB e espera expandir a rede de investidores neste novo ciclo. “Com este novo ciclo do FASB, esperamos expandir a rede com investidores adicionais para ampliar as atividades mantendo, ao mesmo tempo, o engajamento local”. Por meio do programa Floresta Viva, serão agregados ainda mais conhecimento técnico e metodologias para fortalecer a recuperação de biomas e desenvolver atividades econômicas sustentáveis.
A parceria com a Suzano, por meio do Projeto Corredor da Mata, tem o objetivo de conectar cerca de 170 mil hectares de fragmentos de Mata Atlântica em conjunto com o FASB e outros parceiros, que vêm sendo prospectados. Helena Pavese, gerente executiva de Sustentabilidade da Suzano, destaca que este projeto está alinhado com os compromissos da empresa em conectar áreas prioritárias para conservação, fortalecendo a iniciativa através da parceria com o FASB.
“A iniciativa faz parte de um dos nossos Compromissos para Renovar a Vida, que é conectar meio milhão de hectares em áreas prioritárias para conservação no Cerrado, Mata Atlântica e Amazônica até 2030. Na Mata Atlântica, pretendemos conectar por meio do grande corredor planejado desde Linhares, no Espírito Santo, até Porto Seguro, na Bahia”, observa ela.
O FASB é um programa que acompanha o ciclo de projetos desde sua concepção até a implementação, fornecendo assistência técnica e acelerando a expansão. Desde seu início em abril de 2021, investiu 3 milhões de euros em 45 projetos socioambientais, beneficiando o meio ambiente e famílias de 23 municípios no sul da Bahia. Os parceiros do FASB incluem a KIRKBI, BNDES, Suzano, iNovaland e FUNBIO, todos comprometidos com a conservação e restauração ambiental.
Entre os dias 12 e 18 de maio acontece o Study Tour Brasil – Fortalecimento da cadeia de restauração na Hileia Baiana, uma expedição dedicada a acompanhar trabalhos de restauração ambiental e projetos desenvolvidos com comunidades tradicionais, desde o Espírito Santo até o sul da Bahia. Esta jornada é uma experiência exclusiva, reunindo estudiosos e especialistas no tema.
O evento terá programação de seis dias visitando iniciativas de restauração florestal e uso sustentável do solo, entre Vitória e Porto Seguro, em uma região chamada de Hileia Baiana, que compõe uma das áreas com o maior número de fragmentos florestas significativas para a conservação da Mata Atlântica.
Na segunda-feira, após a cerimônia de abertura em Vitória, os participantes se dirigiram a Aracruz, onde visitaram propriedades rurais privadas restauradas, buscando compreender o interesse e engajamento dos proprietários na restauração florestal.
Nesta terça-feira, está programada uma visita à Cooperativa Indígena Coopyguá, que se dedica à produção e comercialização de mudas para restauração, gerida pela comunidade indígena. Amanhã (15), a expedição seguirá para o Parque Estadual de Itaúnas, para conhecer iniciativas de conservação e restauração conduzidas pela comunidade local, incluindo uma visita ao Viveiro Anauá, que utiliza sistemas agroflorestais em seus projetos de restauração.
Na quinta-feira, a comitiva partirá para Curumuxatiba, na Bahia, para visitar a Aldeia Kaí, um projeto realizado em parceria com três comunidades indígenas visando a construção de um corredor ecológico na área do Parque do Descobrimento. Já na sexta-feira, a visita será ao PDS-Pau Brasil, abrangendo atividades como coleta de sementes, produção de mudas, práticas de agricultura sustentável e ecoturismo.
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