Combustível sustentável de aviação: entenda como o Brasil pode sair na frente na produção do SAF
As exportações de mamão para o exterior registraram um aumento de 12,2% no primeiro quadrimestre de 2024, mantendo o Espírito Santo como principal estado exportador do Brasil. Durante esse período, foram exportadas 13,88 mil toneladas de mamão. O faturamento também cresceu, alcançando US$ 17,92 milhões, um aumento de 0,63% na comparação com os primeiros quatro meses do ano anterior. No Brasil, o volume ficou estável em relação a abril de 2023 e caiu 6,9% na comparação com março de 2024. No Espírito Santo, o faturamento no primeiro quadrimestre de 2024 atingiu US$ 8,01 milhões, com um volume de 5,57 mil toneladas exportadas.
Os principais estados exportadores foram o Espírito Santo, com 5,57 mil toneladas de frutas exportadas (40%), seguido do Rio Grande do Norte, com 5,37 mil toneladas (39%), e Paraíba, com 1,2 mil toneladas (9%), além da Bahia, São Paulo e Ceará. Os principais compradores foram Portugal (30%), Espanha (16%) e Reino Unido (16%).
Nas principais regiões produtoras de mamão, os produtores e exportadores enfrentaram desafios na produção devido a um período de escassez da fruta no mercado. Essa falta foi causada por fatores climáticos entre novembro e janeiro deste ano, quando temperaturas muito elevadas e uma extensa estiagem resultaram no abortamento das flores dos mamoeiros, trazendo prejuízos à cultura do mamão.
José Roberto Macedo Fontes, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), destacou que, mesmo com a instabilidade na produção, foi possível atender ao mercado externo.
“Tivemos um acréscimo nas exportações neste primeiro quadrimestre, comparado a 2023. Apesar da baixa no fornecimento da fruta neste início de ano, conseguimos manter o volume exportado para manutenção dos clientes externos. Mesmo porque este volume representa menos de 3% do volume produzido no Brasil”, disse Fontes.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as perspectivas são positivas para o restante do ano, especialmente para o mamão papaya cultivado nas regiões do Rio Grande do Norte e Ceará, que possuem plataformas voltadas às vendas externas, em um contexto de boa produção e demanda externa aquecida.
Em 2023, o Brasil foi o segundo maior exportador de mamão papaya, com uma receita de US$ 53 milhões, ficando atrás do México, que liderou as exportações globais com um total de US$ 123,7 milhões, segundo a Esalq/Cepea.
O Espírito Santo se destaca como o maior produtor e exportador de mamão do Brasil. Em termos de volume produzido e valor de produção, o estado contabilizou 426 mil toneladas, o que representou um faturamento de R$ 1,2 bilhão, em 2022. A fruta produzida em solo capixaba foi exportada para 37 países tendo como principais destinos Portugal, Reino Unido e Estados Unidos em 2023.
Durante o primeiro decêndio de maio de 2024, o comportamento dos preços do mamão formosa apresentou variações nas principais centrais de abastecimento (Ceasas) do Brasil. Houve uma queda nas cotações na CeasaMinas em Uberaba (-15%), na Ceasa/CE, em Fortaleza (-6,7%) e na Ceasa/PR em Curitiba (-6,2%). Em contraste, na Ceasa/RN em Natal, os preços aumentaram significativamente (87%).
Para o mamão papaya no atacado, os preços também variaram, com quedas ou estabilidade na maioria das Ceasas. Destacaram-se as reduções na CeasaMinas em Belo Horizonte (-12,5%) e na Ceagesp em Ribeirão Preto (- 35%). Entretanto, na Ceasa/RJ no Rio de Janeiro, houve uma alta de 40%.
A previsão climática para o trimestre maio/junho/julho indica que as chuvas estarão dentro da média histórica ou abaixo dela nas principais regiões produtoras, incluindo o Nordeste, norte capixaba e norte de Minas Gerais. As temperaturas estão previstas para ficarem acima da média ou levemente abaixo dela no norte mineiro, conforme consta no Boletim Agroclimatológico do INMET.
Estas condições climáticas podem favorecer o bom desenvolvimento das frutas, evitando o amadurecimento precoce. No entanto, elas também podem aumentar a incidência de ácaros e outras doenças nas cascas dos frutos, comprometendo a qualidade final do mamão.
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