Maio 2024
26
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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A colheita de café conilon para a safra 2024 já começou no Espírito Santo, estado que é o maior produtor da variedade do país. Apesar da expectativa de uma produção de mais de 11 milhões de sacas, os produtores rurais enfrentam dificuldades em contratar mão de obra regular entre abril e agosto. Para suprir essa demanda e otimizar a colheita, recorrem à utilização de máquinas agrícolas.

O Espírito Santo possui a maior área destinada ao café conilon no país, com 292,01 mil hectares, seguido por Rondônia, com 58,84 mil hectares, e a Bahia, com 46,62 mil hectares. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),  a produção brasileira está estimada em 16,71 milhões de sacas, sendo 10,81 milhões de sacas do Espírito Santo.

Com o início da colheita, surge a necessidade de todos os envolvidos ficarem atentos às legislações trabalhistas e aos cuidados necessários para prevenir acidentes no campo. É consenso entre os profissionais que treinam os trabalhadores que é essencial capacitar todos para operar as máquinas agrícolas e garantir o uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs)

O uso de recolhedoras nas plantações de café conilon tem sido cada vez mais frequente. Como o equipamento não foi originalmente projetado para a colheita de café, os fabricantes tiveram que fazer adaptações para atender às necessidades dos cafezais. Marcelo Faustino, engenheiro de Segurança do Trabalho e gestor da Integral Engenharia, destaca que essas adaptações foram essenciais para evitar acidentes e amputações que estavam ocorrendo nas lavouras de café.

“Como a recolhedora é um implemento agrícola e não foi feita exclusivamente para colher o café, ela vem passando por adaptações para evitar a ocorrência de acidentes. Foram adicionadas proteções e sistemas de segurança para o trabalhador. Desta forma, é importante que eles passem por treinamento obrigatório, além do uso de EPIs para trabalhar de forma mais segura. O grande desafio é passar as informações técnicas para o homem do campo de maneira clara e objetiva”, explicou Marcelo Faustino.

Diante da necessidade de mais treinamento no campo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar) disponibilizou cursos de capacitação para a operação de colhedoras automotrizes de café. Esses treinamentos chegaram para equilibrar a escassez de mão de obra na atividade, sem comprometer a qualidade dos cafés.

A iniciativa busca garantir que os trabalhadores estejam bem preparados para operar os equipamentos de forma segura e eficiente, contribuindo para a segurança no trabalho e a produtividade nas lavouras. Foram formadas turmas de treinamento em Pinheiros, Conceição da Barra e Montanha, cidades do Espírito Santo.

Para o engenheiro de Segurança do Trabalho, Selso Brioschi, que participou de treinamentos no campo, o principal investimento deve ser na capacitação dos profissionais dedicados à colheita do café para evitar acidentes.

“O principal cuidado é capacitar os trabalhadores por meio de treinamentos com os maquinários para minimizar o risco de acidentes. Quando há treinamento e capacitação, a chance de ocorrer acidentes é menor. Por isso, é importante levar informações de qualidade para o homem do campo com uma linguagem mais acessível. A capacitação vem para mostrar quais são os pontos críticos e preparar melhor os produtores”, destacou Brioschi.

Brioschi também aponta que o uso de maquinários é uma ferramenta essencial para suprir a falta de mão de obra no campo. “Hoje, a mecanização serve para suprir a falta de mão de obra, tornando as atividades mais rápidas e precisas”.

Instituições ligadas ao agro capixaba pedem atenção à legislação trabalhista na cafeicultura

Instituições ligadas ao agronegócio capixaba e o governo do Espírito Santo emitiram uma nota conjunta pedindo que os cafeicultores capixabas cumpram integralmente a legislação trabalhista durante a colheita de café. A mensagem foi assinada pela Faes, Senar, Fetaes, Governo do Espírito Santo e Ministério do Trabalho e Emprego do Governo Federal.

O documento destaca que a cafeicultura é a principal atividade agropecuária no Espírito Santo, presente em 7 de cada 10 propriedades rurais. O café é o principal produto das exportações do agronegócio capixaba, ultrapassando a marca de 1 bilhão de dólares e chegando a mais de 70 países.

Diante dessa importância, foi estruturado o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo, um programa robusto que coloca o estado como referência mundial em sustentabilidade e qualidade.

“Dentre os quesitos que a sustentabilidade abrange, a promoção do trabalho decente é um dos pilares dos aspectos sociais, sendo extremamente relevante não apenas para a atração e manutenção da mão de obra qualificada, mas também para o acesso aos principais  mercados mundiais”, explicou a nota.

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