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A Cooabriel, maior cooperativa de café conilon do Brasil, com forte atuação no norte e noroeste do Espírito Santo e sul da Bahia, está investindo na diversificação de suas atividades ao inaugurar um apiário em São Domingos do Norte, na Fazenda Experimental da cooperativa. Este projeto-piloto de criação de abelhas e produção de mel explora a sinergia entre a apicultura e a cafeicultura, uma estratégia que já demonstrou potencial para aumentar a produtividade das lavouras de café.
Com a intenção de melhorar continuamente a qualidade e produtividade do café conilon, a Cooabriel está combinando sustentabilidade, cafeicultura e apicultura. Na Fazenda Experimental, o novo projeto-piloto foi criado para explorar, entender e desenvolver novas atividades para os cooperados. Este projeto busca não apenas a produção de mel, mas também a polinização assistida, que pode resultar em lavouras de café mais produtivas.
“Estamos preparando material para fazer multiplicações e estimamos entre três a cinco colmeias por hectare. O objetivo da cooperativa é alcançar mais de 100 colmeias para garantir uma polinização assistida com resultados significativos. O apiário servirá como um projeto-piloto para os sócios da cooperativa, permitindo pesquisas e observação direta dos benefícios da polinização”, destacou o apicultor Juliano Cordeiro.
Estudos conduzidos pela Rede de Pesquisa para Conservação e Manejo Sustentável de Polinizadores demonstram que a presença de um maior número de abelhas nos cafezais pode aumentar a rentabilidade dos produtores em até 30%. Além disso, as abelhas contribuem para a uniformidade dos grãos, beneficiando a qualidade do café. Thales Fontes, agrônomo da Cooabriel, explica a influência das abelhas nas lavouras de café conilon.
“É importante observar ainda mais na cultura do café conilon o impacto que as abelhas e outros insetos polinizadores têm, especialmente porque essa cultura necessita de cruzamento genético. Ao contrário do café arábica, o café conilon precisa da troca de pólens para produzir com melhor qualidade e padronização. Vemos os impactos nas lavouras quando presenciamos plantas com coloração mais uniforme e frutos mais maduros”, afirma Fontes.
Atualmente, a Cooabriel conta com 12 unidades de armazenagem de café, com capacidade total de até 1,8 milhão de sacas. Com os novos investimentos em ampliação de estruturas, a cooperativa planeja ultrapassar a capacidade de 2 milhões de sacas de armazenagem estática. Além disso, a Cooabriel está comprometida em diversificar seus negócios continuamente.
Carlos Augusto Pandolfi, superintendente da cooperativa, destaca a importância de estar atento às oportunidades que o mercado oferece para os produtores, justificando assim o investimento no apiário.
“Abelhas e café têm tudo a ver. Conhecemos bem a parte técnica da polinização do café, mas também há grandes oportunidades de negócios e sustentabilidade. Podemos mostrar ao mundo que é possível cultivar café e criar abelhas simultaneamente, oferecendo uma segunda fonte de renda para o produtor. O papel da cooperativa é estar atenta às oportunidades do mercado e apresentá-las aos produtores, permitindo que eles decidam participar”, explica o superintendente.
Embora o projeto esteja em fase piloto, a expectativa é de que os resultados iniciais tracem um caminho promissor.
“Não é possível escalar um negócio sem conhecê-lo profundamente. Começamos estudando, ganhando tração e incentivando a participação dos produtores. Atualmente, estamos na fase experimental, aprendendo sobre o negócio com o apoio de técnicos competentes. Nosso objetivo é levar esse conhecimento aos cooperados, para que eles compreendam o funcionamento e possamos escalar a operação”, acrescenta Pandolfi.
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