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No Espírito Santo, uma tecnologia está fazendo a diferença e promete revolucionar a cafeicultura. O Viveiro Santa Inês investiu em uma máquina de fabricação de paper pots, mais conhecidos como potes de papel biodegradável, que substituem de forma sustentável as sacolas e os tubetes utilizados para mudas de café conilon. O equipamento tem capacidade de produzir 6 mil mudas por hora e, até agora, mais de 3 milhões de mudas já foram comercializadas. Além de serem mais leves para o transporte até os produtores rurais, os benefícios incluem a redução da necessidade de mão de obra e o uso de papel biodegradável, que se decompõe em quatro a seis meses.
A tecnologia de paper pot, mais conhecida como potes de papel, é sustentável e chegou para transformar o mercado de mudas de café conilon ao substituir sacolas ou tubetes. O recipiente é feito com papel biodegradável e preenchido com um substrato composto, que se dissolve lentamente para nutrir as plantas.
Lázaro Nascimento, gerente de Produção, explica como a tecnologia vai revolucionar a cafeicultura. “Esse substrato desenvolvido na fábrica já vem preparado. A composição foi testada previamente para determinar a melhor mistura para o desenvolvimento do café, já que cada cultura exige uma formulação específica. Esta foi a que apresentou os melhores resultados para o sistema radicular do café. Foram dois anos de pesquisa e a formulação é nossa, sendo exclusiva para nossa produção”, destacou.
As vantagens são inúmeras. “Além dessas vantagens, o processo não polui o meio ambiente. O papel biodegradável se degrada com o tempo, não causando danos ao meio ambiente”, acrescentou.
Tudo começou em 2017, quando o empresário e produtor Wincler Cledison decidiu criar seu próprio viveiro de mudas de café após não encontrar o que precisava nos viveiros existentes. Ele começou a produzir mudas para uso próprio, mas a qualidade e inovação de seu trabalho atraíram outros interessados.
“As pessoas começaram a gostar do trabalho, notando a diferença e a qualidade do nosso produto. Buscamos genética e novos materiais em Rondônia, incluindo clones híbridos. As pessoas viram a novidade e a qualidade das mudas, e fomos inovando até chegarmos à máquina de paper pot”, destacou Cledison.
Em menos de cinco anos, Wincler Cledison passou de produzir suas primeiras mudas de café para uma produção anual de mais de 10 milhões de mudas em sacolas. Buscando uma solução mais sustentável, ele adquiriu em janeiro deste ano uma máquina de produção de vasos de papel, uma tecnologia essencial para a cafeicultura do conilon.
“Eu estava sempre buscando conhecimento. Fui a São Paulo, ao viveiro Camará, e vi uma máquina que parecia tão simples, mas com um grande potencial. Eu não conhecia a máquina e passei a estudar sobre o assunto, testando o papel. Chegamos nisso que hoje é uma conquista, uma vitória, algo que nos traz energia no agronegócio do café conilon”, explicou Cledison.
A máquina tem capacidade para produzir 6 mil mudas por hora, e até agora mais de 3 milhões de mudas já foram comercializadas. Cada vaso de papel pesa 40 gramas, e com a muda pronta, chega a 120 gramas, menos da metade do peso de muda no saco plástico ou tubete tradicional.
Luiz Cristiano Muller, um dos produtores rurais que está adotando os paper pots, comentou: “Estou sempre buscando inovação. Começamos plantando mudas em sacolas, depois em tubetes, e agora surgiu essa nova tecnologia. Estou acompanhando o sistema, achando interessante, e vou fazer testes e plantar”.
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