Suzano e VIX colocam em operação caminhão elétrico com potência recorde de 120 toneladas em Aracruz
A economia capixaba cresceu 3,6% no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme dados do Indicador de Atividades Econômicas (IAE-Findes). Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo bom desempenho do setor industrial, que registrou um aumento de 5,9%, superando o crescimento nacional de 2,8%. O setor de serviços também contribuiu positivamente, com um aumento de 2,7%, enquanto a agropecuária teve um crescimento de 11,1% no estado. A expansão da agropecuária, de 19,3%, foi puxada pelo crescimento da pecuária, com destaque para a produção de bovinos, leite, suínos e ovos. Em contraste, a agricultura recuou 13,5%, impactada pela redução na produção de arroz, milho, tomate, coco, laranja e pimenta-do-reino.
O setor da agropecuária estadual registrou um avanço de 11,1% e, ao representar 4% da estrutura econômica capixaba, contribuiu com 0,4 pontos percentuais para o crescimento geral do estado. Esse resultado foi impulsionado pela atividade da pecuária, que teve um aumento significativo na produção de bovinos, leite, suínos, aves e ovos.
Após as perdas ocorridas desde 2020 e os longos períodos de estiagem, diversos fatores influenciaram positivamente a ampliação da produção pecuária em 2023. Entre esses fatores estão o maior volume de animais disponíveis, capacitações técnicas voltadas para as práticas de manejo, e a adoção de novas tecnologias agrícolas, como na produção de silagem, cultivares mais produtivas, e o manejo adequado das forragens.
Entretanto, os pecuaristas relataram que foram afetados pelos baixos preços pagos aos produtores, o que repercutiu na redução da lucratividade. Além disso, enfrentaram a falta de mão de obra, menor disponibilidade de alimentos para os animais e elevados custos de produção.
Por outro lado, a agricultura registrou um desempenho negativo, explicado pela menor produção na lavoura de café. Vale ressaltar que a bienalidade positiva do café esperada para 2024 deverá ser observada a partir do segundo trimestre do ano, já que a colheita do fruto geralmente ocorre entre os meses de maio e agosto.
A agricultura também foi afetada por produtos como arroz, milho, pimenta-do-reino, coco, e laranja, entre outros. De acordo com análise da Findes, as condições climáticas adversas em diferentes regiões do estado, consequência do El Niño, podem ter impactado o potencial produtivo das lavouras.
O café, principal commodity do setor agropecuário, apresentou crescimento devido ao bom manejo das lavouras, à boa floração induzida pelas chuvas acima da média entre julho e agosto de 2023, e à bienalidade positiva do café, com uma produtividade superior à média nacional. Porém, a produção ainda foi pouco expressiva no trimestre, e o impulso não foi suficiente para reverter o resultado negativo.
Marília Silva, economista-chefe da Findes, destaca que o crescimento da agropecuária foi muito expressivo, impulsionado pelo aumento na pecuária, compensando o recuo da agricultura.
“É importante destacar que o setor agrícola no Espírito Santo tem uma influência muito forte da cafeicultura. Nos três primeiros meses, o estado ainda não teve uma colheita significativa, o que explica esse resultado. A lavoura de destaque é a de café, e estamos em um ano de bienalidade positiva, o que significa alta produtividade. No entanto, no primeiro trimestre, de janeiro a março, apenas uma pequena parcela do café foi colhida, cerca de 2% do total esperado para o ano. Isso não foi suficiente para compensar o recuo nas atividades de arroz, tomate e pimenta-do-reino, resultando em uma queda acentuada no setor agrícola”.
No Brasil, o setor agropecuário apresentou uma queda de 3% na análise interanual, puxada pelas quedas na produção de soja (2,4%) e milho (11,7%), os dois principais produtos da estrutura agrícola nacional que possuem safra relevante no trimestre, segundo o IBGE. Esse resultado negativo pode ser justificado pelas adversidades climáticas relacionadas ao fenômeno El Niño, que se prolongaram até maio de 2024 e impactaram o ciclo produtivo da safra de 2023/2024
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória