A Cooabriel, maior cooperativa de conilon do Brasil, realizou uma exportação inédita do produto ao Egito, sem a intermediação de tradings, buscando aumentar suas margens e garantir melhores ganhos aos cooperados. Consolidando sua primeira venda para o Oriente Médio, a cooperativa, sediada em São Gabriel da Palha, no Espírito Santo, enviou 18 contêineres de café conilon ao Egito, totalizando 5.760 sacas.
O conilon capixaba tem alcançado volumes históricos de exportação devido a uma série de fatores. Neste cenário favorável, não apenas os mercados tradicionais estão sendo atendidos, mas também novos e importantes nichos de consumo.
Como em outros países árabes, o Egito possui tradições culturais que influenciam o consumo de café, incluindo o uso de especiarias como canela e cardamomo. Renata Vaz, gerente de exportação e sustentabilidade da Cooabriel, destaca que isso reflete inovações no perfil de consumo.
“O mercado árabe de forma geral tem uma maneira de tomar café que é diferente do hábito brasileiro. O fato de acessarmos esse público mostra que está havendo uma mudança no padrão de consumo”, considera.
Em outro sinal de mudança, a opção por café, em substituição a bebidas como o chá, vem avançando significativamente. Isso faz com que o país seja visto como um reduto consumidor em franca expansão. Vaz complementa: “alcançar essas novas fronteiras demonstra que o conilon possui um padrão de bebida que pode ser aceito nos mais diversos mercados”, complementa.
Esses embarques ocorrem em um momento de aumento da demanda global pelos cafés do Brasil, especialmente devido à menor oferta de robusta de países como Vietnã e Indonésia, tradicionais produtores e exportadores.
Desde o início do projeto de internacionalização da marca em 2020, a Cooabriel tem registrado um crescimento constante nas exportações, com um aumento de cerca de 30% em 2023.
Luiz Carlos Bastianello, presidente da cooperativa, atribui essa expansão à melhoria na qualidade do conilon e ao trabalho de divulgação no exterior.
“O propósito da cooperativa é continuar incentivando o aprimoramento dos processos produtivos e a melhoria contínua da qualidade. Na medida em que mercados com valores diferenciados sejam alcançados, consequentemente, poderemos levar essa remuneração aos nossos cooperados”, finaliza Bastianello.
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