Fazendas urbanas ganham força e espaço na capital do Espírito Santo
A produção de grãos no Espírito Santo está estimada em 55,3 mil toneladas na safra de 2023/24. O volume é 8,1% em comparação à temporada anterior, isso significa uma redução de 4,9 mil toneladas, passando de 60,2 mil toneladas na safra 2022/23 para 55,3 mil toneladas na safra Atual. Em contrapartida, a produção nacional está estimada em 297,5 milhões de toneladas, uma diminuição de 7%, o que representa 22,2 milhões de toneladas a menos. A quebra na produção é atribuída às condições climáticas adversas que afetaram as principais regiões produtoras do país, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Conab estima que os cultivos de segunda safra, cuja colheita já começou, têm apresentado melhores produtividades. Comparando a estimativa atual com a de maio, observa-se um aumento de 2,1 milhões de toneladas, com destaque para o milho, algodão em pluma e feijão.
Principal cultura da segunda safra, o milho tem uma estimativa de produção de 88,12 milhões de toneladas. A colheita do milho neste ciclo atinge cerca de 7,5% da área semeada, conforme o Progresso de Safra divulgado pela Conab. O 9º Levantamento aponta uma disparidade nas condições climáticas registradas pelo país, mas uma melhora na produtividade das lavouras foi observada em estados produtores importantes.
O levantamento da safra de grãos da Conab registrou uma queda na produção de grãos na região Sudeste, passando de 30,2 milhões de toneladas para 26,01 milhões de toneladas, um recuo de 14% em relação à safra anterior.
No Espírito Santo, além da produção ter recuado 8%, a produtividade caiu 2,5%, de 2.477 quilos por hectare para 2.415 quilos por hectare. A área cultivada no estado foi reduzida em 5,8%, de 24,3 mil hectares na safra passada para 22,9 mil hectares na atual.
O milho destaca-se como o principal grão no Espírito Santo. A área plantada de milho diminuiu 7,9%, de 15,1 mil hectares para 13,9 mil hectares. Além disso, a produtividade caiu 0,9%, de 3.325 quilos por hectare para 3.294 quilos por hectare. Como resultado, a produção de milho está estimada em 45,8 mil toneladas, uma queda de 8,8%.
Apesar das estimativas, os produtores do Espírito Santo têm buscado diversificar as atividades e investido no plantio de grãos. Como o caso da família Covre, conhecida por sua produção de trigo e milho em Pinheiros, no extremo norte do estado. Os irmãos Covre estão apostando no cultivo de soja para diversificar suas atividades e driblar a falta de mão de obra.
No entanto, o cultivo de soja ainda é pouco explorado no Espírito Santo. O estado do Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de soja, com uma produção de 45 milhões de toneladas em mais de 12 milhões de hectares. No Espírito Santo, a soja surge como uma nova alternativa de renda no campo e tem atraído a atenção dos produtores.
Dados da Secretaria de Agricultura do Espírito Santo (Seag) apontam que o estado teve, em 2022, registros inéditos de culturas emergentes, entre elas a soja, que ocupou 80 hectares, resultando em 200 toneladas de produção, com uma produtividade média de 2,5 toneladas por hectare.
A região norte do estado é considerada mais propícia para o plantio de soja e tem explorado gradativamente essa cultura. Municípios como Montanha, São Mateus, Jaguaré, Linhares e Conceição da Barra também têm potencial para a expansão devido às condições climáticas e de solo adequadas para o cultivo de soja, incluindo temperaturas e precipitações pluviométricas favoráveis.
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