Jun 2024
26
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Produtor observa que grão este ano tem uma peneira menor do que no ano passado

Esse cenário é atribuído aos desafios climáticos enfrentados durante o cultivo, particularmente a estiagem que afetou o desenvolvimento das plantas em novembro e dezembro de 2023. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Jaguaré, Gedson Geraldo Salarolli, os grãos estão apresentando peneiras menores, resultando em um rendimento de peso inferior.

“Para esta colheita, é necessário mais grãos para encher as sacas de café. Para os produtores que não perceberam a diferença nas plantas, o problema se manifestou no secador. Observamos que alguns produtores tiveram uma perda entre 25% e 60% no norte do Espírito Santo. Além disso, não estou vendo essa super safra que algumas pessoas estão comentando”, afirmou.

O Sindicato Rural de Jaguaré estima uma quebra de safra de café entre 25% a 60%. Apesar dos prejuízos, o preço da saca de café está valorizado, batendo R$ 1.200 nos últimos meses, praticamente o dobro dos preços do ano passado.

“A expectativa para o ano que vem é de uma safra melhor. No ano passado, não pudemos reclamar; todo mundo colheu bem e teve bom rendimento, mas o preço não ajudou. Não conseguimos casar preço e produção: quando há muita produção, o preço é mais baixo. Agora, o preço está alto, e todos sabem que está faltando café no mercado, justamente no momento em que a demanda internacional está elevada.”

Em maio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou uma estimativa da safra de café conilon para este ano. A companhia prevê um aumento no Espírito Santo de 6,4% na produção do conilon, em relação a 2023. A produção do ano passado foi de 10,2 milhões de sacas de 60 quilos, e a estimativa para 2024 é de 11,1 milhões de sacas.

No entanto, Gedson Geraldo Salarolli avalia que o cenário apresentado pela Conab não será concretizado porque as lavouras do norte do Espírito Santo, onde se concentra a produção de conilon, foram impactadas pela forte estiagem e altas temperaturas registradas entre outubro de 2023 e janeiro de 2024. Segundo ele, as altas temperaturas impediram o desenvolvimento adequado das plantas.

As altas temperaturas e a escassez de chuvas impactaram significativamente as lavouras de café, levantando preocupações sobre a qualidade dos grãos. No estado, foram registrados alertas vermelhos de ondas de calor, com temperaturas até 5°C acima da média.

Na propriedade de Jarbas Nicoli, em Jaguaré, a diferença no tamanho dos grãos colhidos nesta safra em comparação com os anos anteriores é evidente, devido ao período de calor excessivo e a escassez de água durante a granação do conilon. A consequência foi frutos pouco desenvolvidos, comprometendo a qualidade do café.

“As frutas pareciam cheias e bonitas, mas, ao secar, os grãos estavam aguados e sofreram com as altas temperaturas. De outubro a dezembro, especialmente em novembro, as temperaturas foram elevadas. Dezembro teve uma leve amenização, e em janeiro choveu um pouco”, disse.

Com base em uma amostra de rendimento do café de 50g, em 2022 eram necessários 389 grãos, enquanto em 2023 a quantidade ficou em 365. Já em 2024, eram necessários 524 grãos.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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