Feira de negócios espera movimentar R$ 10 milhões em Conceição do Castelo, sul do Espírito Santo
A NetZero, green tech francesa pioneira na valorização de resíduos agrícolas em biochar, inaugura hoje (28) sua terceira fábrica de biochar, sendo a segunda no Brasil. Localizada em Brejetuba, no Espírito Santo, a nova unidade está a apenas 40 quilômetros da anterior. Esta fábrica produzirá 4.000 toneladas de biochar por ano a partir de resíduos agrícolas fornecidos por cerca de 250 cafeicultores, melhorando seus rendimentos e sequestrando mais de 6.000 toneladas de CO2 por ano. O investimento na nova fábrica foi de R$ 20 milhões.
A NetZero está rapidamente replicando seu modelo de negócios e entrando em uma fase de acelerada expansão no Brasil. Durante a inauguração da nova fábrica, a empresa também anunciará o início da construção de uma nova unidade em Minas Gerais. A construção de uma nova unidade começará no próximo mês, com planos para mais 10 fábricas até 2025.
Após a abertura de unidades em Camarões (África) e Lajinha (MG), a fábrica de Brejetuba inicia sua operação estrategicamente localizada perto da unidade de Lajinha, beneficiando-se da proximidade com a Coocafé, uma cooperativa com mais de 10.000 produtores de café. Cerca de 250 desses produtores fornecerão a biomassa necessária para a nova usina.
A fábrica de Brejetuba produzirá 4.000 toneladas de biochar por ano a partir de resíduos da casca do café, removendo mais de 6.000 toneladas de CO2 equivalente da atmosfera e melhorando de forma sustentável a fertilidade do solo.
Segundo Pedro de Figueiredo, cofundador da NetZero e CEO da empresa no Brasil, a inauguração da segunda fábrica no Brasil destaca o modelo de negócios da NetZero.
“Ela marca um ponto de virada em nosso desenvolvimento, pois é a última que estamos construindo sequencialmente; a partir de agora, vamos construir várias fábricas por ano. Em segundo lugar, é a personificação de nossa estratégia de criação de centros regionais: ao termos várias fábricas próximas umas das outras, criamos sinergias operacionais significativas. Por fim, é uma prova da altíssima aceitação social de nosso modelo, que traz vários benefícios tangíveis para as populações locais, principalmente em termos de agricultura e emprego”, pontua Figueiredo.
O modelo da NetZero envolve a produção industrial de biochar de forma hiperlocal e circular em zonas tropicais, onde a biomassa não utilizada é abundante e os solos são adequados para o uso do biochar.
A NetZero aborda três questões principais: mudanças climáticas, ao remover carbono da atmosfera e armazená-lo no solo por milhares de anos; agricultura, ao melhorar a qualidade do solo e a produtividade agrícola, reduzindo a necessidade de fertilizantes; e questões sociais, ao melhorar o padrão de vida dos agricultores e criar empregos industriais em áreas rurais.
Esses anúncios são feitos apenas algumas semanas depois que a NetZero foi selecionada como a única empresa francesa entre os 20 finalistas da competição XPRIZE Carbon Removal, financiada em US$ 100 milhões pela Fundação Musk e que tem como objetivo acelerar as soluções de eliminação de CO2. O anúncio foi feito após o levantamento de um total de 18 milhões de euros do STOA, um fundo de investimentos de impacto francês.
Fundada em 2021 por Axel Reinaud, Jean Jouzel, Aimé Njiakin, Olivier Reinaud e Pedro de Figueiredo, a NetZero opera uma fábrica-piloto em escala real em Camarões e duas fábricas no Brasil, uma em Minas Gerais e outra no Espírito Santo.
Em conversa com a coluna Agro Business em fevereiro deste ano, Pedro de Figueiredo destacou a visão de longo prazo da empresa, que pretende expandir suas operações globalmente, com o objetivo de estabelecer 700 plantas de produção de biochar até 2039. O Espírito Santo poderá receber entre 50 a 60 dessas plantas, seguindo o modelo de investimentos de R$ 20 milhões por planta. Confira a entrevista.
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