Jun 2024
29
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Duas cultivares têm se destacado pela boa produtividade na região serrana do ES

O desempenho das variedades foi apresentado em um Dia de Campo, na última quarta (26), no sítio da família Wruck, na localidade de Rio Ponte, onde está instalada a unidade de Domingos Martins.

“No sistema orgânico, essas cultivares estão alcançando médias de produtividade superiores à média estadual do café produzido de forma convencional, que este ano deve chegar a 26 sacas por hectare”, destacou o extensionista do Incaper, Cesar Abel Krohling.

A tolerância das variedades testadas à ferrugem do cafeeiro foi outro ponto destacado por Krohling. “Não é necessário fazer controle químico para essa que é uma das principais doenças na cafeicultura”, enfatizou.

O potencial de comercialização do café orgânico também foi ressaltado. Grãos de arábica de qualidade superior e orgânicos apresentam valorização diferenciada no mercado de cafés especiais. “O mercado de café orgânico cresce 12,6% ao ano no Brasil. Além disso, o mercado externo demanda cada vez mais esse tipo de produto, ampliando as oportunidades para exportação”, disse.

O produtor Joelson Wruck, que há anos aposta no cultivo orgânico, está satisfeito com os resultados do experimento conduzido na propriedade da família, onde também funciona uma agroindústria para processamento do café.

“Temos visto nesse experimento o nosso futuro. Além do aumento da produtividade, estamos percebendo a melhoria na qualidade da nossa produção e até a redução de gastos para cuidar das lavouras, com essas variedades melhoradas. Estamos muito felizes e iniciando o processo de renovação das nossas lavouras com esses materiais, que são promissores para a cafeicultura capixaba”, disse Wruck.

Os testes no sistema orgânico fazem parte do projeto “Novas cultivares de café arábica para o ES: avaliação agronômica e impacto socioeconômico-ambiental”, financiado com recursos do Banco de Projetos da Secretaria da Agricultura do Espírito Santo (Seag), por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), com apoio da iniciativa privada.

Iniciada em 2018, a pesquisa busca validar o desempenho produtivo de dez cultivares nas regiões do Caparaó, das Montanhas do Espírito Santo e Noroeste capixaba.

“Essas variedades são provenientes de diferentes instituições de pesquisa do País, passaram por ciclos de seleção para sua adaptação às condições de cultivo no Espírito Santo e serão recomendadas aos produtores do Estado pelo Incaper, a partir de outubro, como forma de incentivar a renovação e a ampliação da produtividade das lavouras capixabas de café arábica”, explica o pesquisador do Incaper, Maurício Fornazier, coordenador do projeto.

A pesquisa também conta com a participação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) – campus Venda Nova do Imigrante, do Centro de Cafés Especiais do Espírito Santo (Cecafes/Incaper) e do coordenador de cafeicultura do Incaper, Fabiano Tristão, que estão avaliando a qualidade de bebida dos grãos de café.

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