Jul 2024
6
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

Pouco leite no mercado explica a alta nos preços

Mas isso significa que melhorou para o produtor? Nem tanto. Apesar do aumento nos preços pagos pelo leite cru, o valor médio recebido ainda está 4,82% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado. A principal causa da alta nos preços é a redução da produção no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea teve uma pequena alta de 0,14% de abril para maio, mas acumula uma queda de 7,7% no ano.

Os pecuaristas reduziram os investimentos no final de 2023, e, além disso, houve um avanço da entressafra no Sudeste e Centro-Oeste e um atraso na safra no Sul, limitando a oferta de leite cru.

Segundo o Cepea, a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima sustentou a valorização do leite. Os pesquisadores destacam que as enchentes no Rio Grande do Sul impactaram negativamente a produção de lácteos e o aumento da demanda por donativos no estado elevou as incertezas, dificultando o dimensionamento do mercado em maio.

“Vale também ressaltar que os impactos negativos das enchentes do Rio Grande do Sul sobre a produção de lácteos gaúcha e o aumento pontual da demanda devido aos donativos no estado criaram especulação e elevaram as incertezas, dificultando o dimensionamento do mercado em maio”, dizem os pesquisadores do Cepea.

Os preços mais altos pagos pelo leite cru refletiram no aumento dos preços dos produtos lácteos. Pesquisa do Cepea, em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), mostra que, em maio, o preço do leite UHT subiu em média 5,1%, a mussarela aumentou 5,9% e o leite em pó fracionado ficou 4,5% mais caro.

Até a segunda quinzena de junho, os preços dos derivados lácteos continuaram subindo, afastando o consumidor brasileiro e limitando o repasse da alta dos custos da matéria-prima para os distribuidores.

Nas duas últimas semanas de junho, os preços retornaram ao patamar do início de maio devido ao enfraquecimento do consumo e à pressão dos canais de distribuição. Dessa forma, a margem dos laticínios na venda dos derivados ficou justa, especialmente para produtos mais commoditizados (como UHT, mussarela e leite em pó), o que pode frear o ritmo de altas nos preços pagos aos produtores.

Outros fatores indicam que o movimento de alta nos preços pode perder força em junho e até mesmo se inverter a partir de julho, como o aumento da margem do produtor nos últimos meses, que tende a favorecer a recuperação da produção nacional de leite cru, embora de forma lenta.

Na Média Brasil, o preço do leite pago ao produtor está em R$ 2,71. Na Bahia, o preço é de R$ 2,30; em Goiás, R$ 2,75; em Minas Gerais, R$ 2,73; em São Paulo, R$ 2,64; no Paraná, R$ 2,79; em Santa Catarina, R$ 2,73; e no Rio Grande do Sul, R$ 2,65.

Por outro lado, estados como Espírito Santo e Rio de Janeiro, que não compõem a Média Brasil, estão abaixo da média nacional, com R$ 2,29 e R$ 2,38, respectivamente. No Espírito Santo, a variação mensal foi positiva em 10,98%, enquanto no Rio de Janeiro foi de 9,44%.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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