Jul 2024
8
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Setor cervejeiro cresce no ES com novos estabelecimentos e novas marcas

Do total de 1.847 cervejarias registradas no Brasil, a região Sudeste se destaca como líder, com 856 estabelecimentos, representando 46,3% do total nacional. O Espírito Santo ocupa a sétima posição nesse ranking, ficando atrás de São Paulo (1°), Rio Grande do Sul (2°), Minas Gerais (3°), Santa Catarina (4°), Paraná (5°) e Rio de Janeiro (6°). São Paulo lidera com 410 estabelecimentos registrados, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 335, e Minas Gerais, com 235 cervejarias.

O Espírito Santo se destaca com uma cervejaria para cada 46.753 habitantes, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em comparação, o Brasil possui uma cervejaria registrada para cada 109.952 habitantes. Quanto aos produtos, o Brasil conta com 45.648 registros em cervejarias. Em 2023, houve um aumento de 6,6% no número de produtos registrados em comparação a 2022, representando 2.817 registros a mais. A média brasileira é de 24,7 registros de produtos por estabelecimento, com São Paulo liderando, totalizando 13.654 registros. O Espírito Santo possui 1.221 registros.

Uma das cervejarias capixabas é a Cervejaria Fratelli Reggiani, localizada na capital, dos empresários Juliana e Felipe Reggiani. Tudo começou com a produção de 6 mil litros, que foi ampliada para proporcionar mais experiências aos clientes. Segundo Felipe Reggiani, “Ao ar livre, os clientes desfrutam do beer garden, um conceito que adotamos em busca de referências para o negócio”. A ideia de montar um bar com uma cervejaria surgiu após uma viagem pela Europa.

As cervejas artesanais comercializadas são produzidas no próprio estabelecimento. Devido à crescente procura pela bebida, o empreendimento precisou aumentar a produção. Hoje, a capacidade instalada é de 18 mil litros por mês. Desde o início, o negócio triplicou. Felipe Reggiani comenta: “Vemos o negócio com muito entusiasmo. Nossa pretensão é dobrar a capacidade nos próximos dois anos porque o mercado está começando a ficar aquecido de novo após uma queda. Estão surgindo novas cervejarias no Espírito Santo porque as pessoas passaram a consumir mais, o padrão está subindo”.

Essa é uma das 82 cervejarias presentes no Espírito Santo. De acordo com o Anuário da Cerveja, o Brasil registrou um crescimento de 6,8% em cervejarias registradas. No ranking, o Espírito Santo está em sétimo lugar em número de estabelecimentos, com um crescimento de 18,8%.

Um dos fatores que impulsionam esse desenvolvimento é a cooperação do turismo de experiência. Paulo de Victa Alves, presidente da Associação das Indústrias de Cerveja Artesanal do Espírito Santo (AICERVA), destaca que há uma colaboração mútua: “É uma opção a mais do turismo de montanha, principalmente no interior, que as cervejarias trouxeram. Isso automaticamente oferece mais possibilidades aos turistas que visitam as cervejarias. A qualidade geral cresceu muito, temos várias cervejarias premiadas nacional e internacionalmente. Os eventos que proporcionamos permitem que os consumidores experimentem as cervejas e compreendam a história da cerveja”.

Mesmo com o cenário favorável, o mercado de cervejas artesanais no estado enfrenta desafios, como dificuldades de mercado. “Isso inclui questões tributárias, logísticas e de insumos para a produção, que são demandados em dólar, refletindo em variações de custos. As cervejarias artesanais estão há pelo menos sete anos sem reajustar os preços dessas produções”, explica Paulo de Victa Alves.

Muitas das cervejarias capixabas estão localizadas nas montanhas capixabas. Em Santa Teresa, por exemplo, no Circuito Caravaggio, está a Cervejaria Três Santas, que produz 50 mil litros de cerveja por ano, distribuídos em 30 rótulos diferentes. Na região serrana do estado, em Venda Nova do Imigrante, fica a Piwo, conhecida como a primeira a fabricar cerveja artesanal à base de mandioca, com uma produção mensal de cerca de 2.500 litros.

A Cervejaria Fratelli foi premiada em uma competição capixaba de cerveja artesanal, conquistando duas medalhas de ouro e uma de bronze. Esses resultados refletem a busca por melhorias nos processos de fabricação. Felipe Reggiani destaca: “Hoje, tradicionalmente, mantemos cinco estilos de cerveja. A pilsen é a mais vendida, mas as pessoas estão começando a explorar o mundo da cerveja artesanal e pedindo novos estilos”.

 

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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