Queijo produzido no Espírito Santo conquista premiação nacional e fica entre os melhores do país
Com a produção de café conilon enfraquecida em países como Indonésia e Vietnã, a demanda pelo café brasileiro no mercado internacional aumentou. O Espírito Santo, suprindo essa demanda, tem batido recordes de exportações mensais devido à qualidade e capacidade de atender às exigências. No entanto, os exportadores de café enfrentam dificuldades para escoar a produção pelo setor portuário capixaba. Ontem (12), o Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV) e o Centro Brasileiro de Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas) se manifestaram em carta aberta às autoridades públicas para solucionar os gargalos portuários no estado. Cerca de 1 milhão de sacas de café produzidas no Espírito Santo deixaram de ser escoadas pelo estado devido a esses problemas.
O documento, assinado pelo presidente do CCCV, Fabrício Tristão, e pelo presidente do Centrorochas, Tales Machado, destaca que os problemas logísticos no setor portuário capixaba resultam em filas de navios e escassez de contêineres.
Além da “dificuldade de controle dos gates, sistemas de atendimento ao consumidor dos terminais portuários, a ausência de espaço para movimentação de carga, dentre inúmeros outros impasses que resultam no aumento exorbitante de custos e na consequente diminuição, ou até mesmo inviabilização, da competitividade de setores econômicos estratégicos para o desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo”.
Apesar de várias reuniões e tratativas, as entidades que representam os exportadores alegam que não têm sido observadas melhorias nas operações portuárias.
“O atual cenário mostra que, apesar das inúmeras reuniões e tratativas no Comitê COMEX/ES, com a participação da Autoridade Portuária, representantes dos terminais, operadores portuários e usuários, não se observa, na prática, a adoção de qualquer ação efetiva para a melhoria da capacidade de operações portuárias, em especial no terminal de contêineres”.
Esses problemas têm causado prejuízos nas cadeias produtivas de rochas naturais e de café, que dependem dos contêineres para movimentar suas mercadorias. Segundo indicadores da ANTAQ, a taxa de utilização do terminal de contêineres corresponde a 155% da sua capacidade natural, resultando em aumento no tempo de estadia das embarcações, alteração de rotas, cancelamentos de embarques e descumprimento de contratos internacionais.
No setor de exportação de café, o CCCV estima que, nos últimos 12 meses, mais de 1 milhão de sacas de café foram desviadas para portos como o do Rio de Janeiro devido à falta de capacidade de serem embarcadas em Vitória. Isso representa cerca de 16% do volume que o Espírito Santo embarcou no Porto de Vitória no mesmo período.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do país e o maior produtor de café conilon. Anualmente, o estado exporta café para mais de 56 países nos cinco continentes, e estima-se que, até o final de julho de 2024, terá acumulado o maior volume de embarques de sua história: mais de 8,3 milhões de sacas, totalizando mais de 1,5 bilhão de dólares.
A atividade cafeeira gera diretamente mais de 350 mil postos de trabalho e está presente em quase todos os 78 municípios do Espírito Santo, sendo majoritariamente baseada em pequenas propriedades rurais familiares.
As considerações das entidades que representam os exportadores de rochas e café foram enviadas ao governo federal, à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), ao Tribunal de Contas da União, ao Governo do Espírito Santo e à autoridade portuária Vports.
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