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O Safra Lab, laboratório especializado em alimentos e agronegócio localizado em Vitória, Espírito Santo, conquistou recentemente a certificação de ser o primeiro e único laboratório capixaba acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro para a análise de glifosato e ocratoxina no café. Anteriormente, os exportadores de café precisavam enviar amostras para laboratórios em outros estados para análise. No laboratório capixaba, os resultados ficam prontos em até 72 horas, com validade em mais de 190 países, incluindo Alemanha, Itália, Estados Unidos, Bélgica, México, Japão e Índia.
O mercado de café capixaba ganhou um importante aliado com a recente acreditação do Safra Lab, o primeiro laboratório no Espírito Santo certificado pelo Inmetro para análise de glifosato. Localizado no Palácio do Café, em Vitória, o laboratório surge para preencher uma lacuna no setor, proporcionando análises rápidas que são cruciais para a exportação de café.
Além de glifosato, o Safra Lab realiza análises de ocratoxina e aflatoxina, micotoxinas que podem comprometer a qualidade do café durante o armazenamento.
Julia Machado, coordenadora operacional do Safra Lab, explicou que o laboratório surgiu da necessidade identificada pelos exportadores de realizar testes para garantir níveis baixos de glifosato no café. “Depois de identificar a demanda, buscamos a certificação do Inmetro, o que levou cerca de um ano e meio. Recentemente, conseguimos a acreditação e, agora, somos o primeiro laboratório capixaba autorizado a realizar análises de glifosato, com laudos aceitos em mais de 190 países”, destacou a coordenadora.
A presença excessiva de glifosato, um herbicida amplamente utilizado na cafeicultura, pode ser prejudicial tanto à planta quanto à saúde humana. O uso inadequado do herbicida pode resultar em resistência das plantas daninhas, obrigando o uso de doses maiores e mais frequentes, o que gera uma preocupação adicional sobre a presença de glifosato nos grãos.
Bruna Machado, CEO do Safra Lab, destacou a necessidade urgente de um laboratório local com capacidade de análise rápida. “O mercado de café exige agilidade; o tempo de resposta pode determinar a velocidade da exportação. Antes, produtores e exportadores tinham que enviar amostras para São Paulo e outros estados, o que envolvia custos e atrasos logísticos. Com o Safra Lab, conseguimos oferecer resultados em até 72 horas, reduzindo significativamente os prazos de entrega e custos associados”, explicou Bruna.
A conquista do selo do Inmetro não foi simples. “A certificação envolveu um rigoroso processo de conformidade com a ISO 17.025, que abrange todos os aspectos de qualidade do laboratório, desde a infraestrutura até os métodos de análise”, detalhou Bruna. O selo, obtido há um mês, garante que os laudos de glifosato do Safra Lab são reconhecidos em mais de 190 países, facilitando a aceitação internacional dos cafés analisados.
O Safra Lab foi criado após uma percepção do corretor Josildo Machado, que notou a demanda crescente por café com baixo glifosato no mercado europeu, particularmente para o café conilon, uma das principais culturas do estado. “Josildo viu uma oportunidade de preencher uma lacuna no mercado capixaba e decidiu estabelecer o laboratório para atender à crescente demanda por análises rápidas e precisas”, relatou Julia.
A demanda internacional por café brasileiro tem aumentado, impulsionada por fatores como a quebra de safra em países como Indonésia e Vietnã, grandes produtores de robusta, e a melhoria da qualidade do café capixaba. As exportações de café conilon cresceram significativamente no primeiro semestre do ano, e a análise rápida de glifosato tornou-se um diferencial competitivo para os produtores.
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