Ago 2024
10
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Ago 2024
10
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

Segundo a StoneX, o mercado de café está atento às condições climáticas e à florada. Para o robusta, a colheita avançada na Indonésia e o aumento das exportações brasileiras têm pressionado as cotações. Dados do Cecafé revelam que, em junho, o Brasil exportou 817 mil sacas de robusta, das quais cerca de 693 mil eram conilon do Espírito Santo.

Nos últimos meses, o mercado tem exibido uma tendência de alta significativa, com preços alcançando níveis historicamente elevados, especialmente para o robusta, que atingiu máximas históricas tanto no mercado de Londres quanto no doméstico brasileiro. O arábica também está sendo negociado a níveis elevados, embora não sejam máximas históricas.

Maximiliano ressalta que esses preços elevados são consequência da oferta reduzida de robusta na Ásia, devido a problemas produtivos na Indonésia e no Vietnã, o que criou um grande choque de oferta e impulsionou os preços globalmente. Como resultado, as exportações brasileiras de robusta aumentaram expressivamente. “A escassez de café na Ásia tornou o Brasil o fornecedor mais competitivo no mercado global de robusta, beneficiando os produtores brasileiros, cujos preços recebidos refletem essa nova dinâmica de mercado”.

Nas últimas semanas, no entanto, os preços do café mostraram uma tendência de queda, particularmente desde julho. A estabilidade do mercado foi impulsionada pelo fim do inverno brasileiro e pela conclusão de mais de 90% da colheita, apesar de a produção estar um pouco abaixo das expectativas. “A oferta crescente está pressionando os preços para baixo”, explica o analista.

Na Ásia, a colheita na Indonésia começou a aliviar as preocupações com a oferta, com uma projeção de 10,9 milhões de sacas para este ano, conforme o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). No entanto, o Vietnã, principal produtor de robusta, só começará a colheita em novembro e dezembro, o que deve manter os preços elevados por mais tempo.

“Atualmente, a alta do dólar sustenta os preços no mercado doméstico, mas pressiona o mercado futuro. O clima neutro é favorável para a florada, sugerindo uma safra promissora para 2025, embora o clima imprevisível possa alterar essa expectativa”, destaca Maximiliano.

No norte do Espírito Santo, o desenvolvimento vegetativo das lavouras pós-colheita está adequado, segundo a StoneX, com 14% da florada já aberta até julho. As gemas florais estão se desenvolvendo bem e devem gerar as próximas floradas nas semanas seguintes, dependendo das condições climáticas e da irrigação.

Para o café arábica na próxima temporada, as lavouras apresentaram uma boa condição vegetativa e um bom desenvolvimento das gemas florais, que devem ser estimuladas com a chegada das chuvas. No entanto, a região está entrando em um ano de bienalidade negativa, o que pode resultar em uma produção inferior na temporada 2025/26.

“Daqui para frente, será crucial monitorar de perto a florada e as condições climáticas. A colheita na Indonésia, prevista para o final do ano, deve aliviar parcialmente as preocupações com a oferta. Além disso, a influência do dólar e questões globais, como decisões de bancos centrais e conflitos geopolíticos, continuarão a impactar os preços do café. A combinação desses fatores determinará a trajetória dos preços no mercado nos próximos meses”, conclui Maximiliano.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas