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Mais um produto capixaba acaba de receber o selo de Indicação Geográfica (IG) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI): o beiju da região do Sapê do Norte, produzido pelas quilombolas em São Mateus e Conceição da Barra. O reconhecimento foi publicado nessa semana. A IG significa que o local onde a mercadoria é produzida faz com que ela tenha qualidades únicas, conferindo benefícios aos produtos reconhecidos. Essa é a primeira Indicação Geográfica em todo o Brasil com delimitação geográfica que contempla comunidades quilombolas e a 11ª concedida a um produto capixaba.
Com esse registro, o Instituto chega a 128 IGs reconhecidas no Brasil, sendo 90 Indicações de Procedência (todas nacionais) e 38 DOs (28 nacionais e 10 estrangeiras).
O beiju, tradicional iguaria quilombola produzida a partir da goma e da massa de mandioca, é um saber-fazer que passa de geração a geração, fabricado nos núcleos familiares, sendo considerado uma fonte de renda para os nativos e, principalmente, um símbolo de resistência e reafirmação da identidade.
Segundo a documentação apresentada ao INPI, o beiju é fabricado no Sapê do Norte desde, pelo menos, o século XIX, ainda no período escravista, quando comunidades quilombolas se estabeleceram na região dos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, no Espírito Santo.
O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES) auxiliou a Associação das Produtoras Quilombolas de Beiju do Sapê do Norte com a contratação de uma consultoria para orientar, acompanhar e ajudar no processo de obtenção da Indicação Geográfica.
O beiju é uma iguaria quilombola feita a partir da goma e da massa da mandioca. É uma das principais fontes de renda dessas comunidades, além de ser símbolo da resistência e identidade dos moradores da região.
O Sebrae/ES acompanhou a associação do momento da apresentação do projeto até a conquista do reconhecimento.
“Fizemos todas as recomendações necessárias para dar entrada no processo junto ao INPI, orientando a comunidade a se adequar aos requisitos necessários para a obtenção da IG. Apoiamos, inclusive, com a contratação da empresa de arte para a criação do selo de origem controlada”, explicou Gianni Fagundes, analista da regional Norte do Sebrae/ES.
Juntos, Sebrae e comunidade, com o apoio da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (COOPBAC), trabalharam na reformulação da Associação, criação dos procedimentos operacionais e estratégias para a emissão do primeiro lote de produtos com o selo da Indicação Geográfica, estabelecendo um guia de orientação sobre o uso do selo nos produtos.
“Esse selo abriu um leque de oportunidades para nós, que há anos buscamos um reconhecimento digno e humanitário para nossa cultura e tradição. Tenho certeza que muitas outras realizações estão por vir”, acrescentou a presidente da Associação das Produtoras Quilombolas de Beiju do Sapê do Norte, Domingas Verônica.
Conheça as Indicações Geográficas do Espírito Santo
Beiju do Sapê do Norte
Pimenta-rosa de São Mateus
Pimenta-do-Reino do Espírito Santo
Panelas de barro de Goiabeiras
Mármore de Cachoeiro de Itapemirim
Cacau em amêndoas de Linhares
Inhame de São Bento de Urânia
Socol de Venda Nova do Imigrante
Café Conilon do Espírito Santo
Cafés Arábica da região das Montanhas do Espírito Santo
Café Arábica do Caparaó
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