Estudo capixaba indica potencial de cultivo de ostra nativa em Aracruz
Nos últimos anos, o agronegócio tem enfrentado desafios devido a incertezas econômicas, conflitos geopolíticos e avanços tecnológicos rápidos. Em resposta, os líderes do setor estão se concentrando em adotar estratégias robustas, priorizando a gestão de riscos, a melhoria das margens de lucro e a transparência no uso da inteligência artificial generativa. A 27ª Global CEO Survey da PwC mostra que 45% dos CEOs estão preocupados com a viabilidade futura de seus negócios. No Brasil, 32% das empresas integraram soluções de IA generativa no último ano e 34% ajustaram suas estratégias para alinhar com essas tecnologias. Apesar disso, 64% acreditam que a IA pode aumentar a eficiência, enquanto 80% destacam a cibersegurança como uma preocupação principal.
A pesquisa ouviu 4,7 mil líderes do setor agrícola em mais de 100 países, incluindo o Brasil. Dos entrevistados, 69% acreditam que a IA generativa irá melhorar a eficiência operacional de suas empresas, enquanto 54% esperam ganhos na qualidade dos produtos. Contudo, apenas 23% das empresas adotaram essas soluções nos últimos 12 meses e 11% modificaram suas estratégias para integrar a IA generativa aos seus modelos de negócios.
O levantamento revela que o setor agrícola está menos confiante nas tecnologias emergentes em comparação com a média geral do mercado. Enquanto 34% dos CEOs do agronegócio acreditam que a IA generativa fortalecerá a confiança dos stakeholders, a média nacional é de 50%. A principal preocupação dos líderes do setor com a IA generativa é a cibersegurança (80%), seguida pela disseminação de informações falsas ou imprecisas (63%). Outras preocupações incluem responsabilidades legais e riscos de reputação (60%), e preconceito contra grupos específicos de consumidores ou funcionários (54%).
Guilherme Iglesias, sócio da Ayko Technology, uma empresa capixaba especializada em conectividade, destaca que a IA está reformulando a forma como o mundo opera, oferecendo tanto oportunidades na defesa cibernética quanto para amplificar riscos.
“De um lado, essa tecnologia pode fortalecer a segurança cibernética ao analisar grandes volumes de dados e identificar padrões de ameaças de forma mais rápida e precisa. Por outro lado, a mesma IA pode ser usada para criar ataques cibernéticos mais sofisticados, direcionados e difíceis de detectar, como e-mails de phishing altamente personalizados ou malwares adaptáveis”, disse Iglesias.
Iglesias sugere que a implementação de um programa robusto de governança de TI, a proteção de dados sensíveis, o treinamento de colaboradores sobre riscos cibernéticos e a adoção de medidas técnicas de segurança são essenciais para minimizar os impactos negativos da IA generativa.
Em 2023, a média brasileira mostrou que 32% das empresas adotaram soluções de IA generativa, e 34% ajustaram suas estratégias para se adequar a essa tecnologia, com 64% acreditando que ela aumentará a eficiência. Entre os executivos do agronegócio, 23% adotaram a tecnologia e 11% alteraram suas estratégias devido à IA.
Apesar das preocupações com a cibersegurança, os CEOs do agronegócio brasileiro esperam que a IA generativa continue a crescer e melhore a eficiência das operações em 2024. Iglesias observa que a IA está transformando o agronegócio ao otimizar a gestão de cultivos através da análise de dados de sensores, imagens de satélite e drones, possibilitando decisões mais precisas sobre irrigação, fertilização e controle de pragas.
“Além disso, a IA generativa auxilia no monitoramento e gestão do solo, fornecendo recomendações detalhadas sobre a saúde do solo e as necessidades nutricionais, com base na análise de dados de sensores. No manejo de recursos, a IA também contribui para sistemas de irrigação automatizados, ajustando o uso de água conforme padrões climáticos e condições do solo, o que aumenta a produtividade e reduz o desperdício. Esses exemplos mostram como a IA está sendo integrada a dispositivos IoT e máquinas autônomas, transformando práticas agrícolas tradicionais em operações mais eficientes e sustentáveis”.
Desafios climáticos para o agronegócio
As mudanças climáticas são uma preocupação mais significativa para o agronegócio em comparação com outros setores. De acordo com os CEOs do setor, 71% acreditam que os desafios climáticos estão impactando a forma como pensam e desenvolvem produtos, enquanto a média nacional é de 29%.
Quase 90% das empresas estão engajadas em iniciativas para melhorar a eficiência energética e inovar em produtos e serviços com menor impacto climático. Além disso, 37% das companhias estão dispostas a aceitar retornos financeiros mais baixos em investimentos que reduzam a pegada de carbono.
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