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Uma demanda antiga de produtores, cooperativas e indústrias está prestes a se concretizar. A partir de 23 de setembro de 2024, o café conilon/robusta poderá ser negociado na Bolsa de Valores (B3) de São Paulo. Atualmente, a B3 oferece contratos de commodities como boi gordo, café arábica, etanol hidratado, milho, ouro e soja. Para Marielle Brugnari, gerente de Produtos de Commodities da B3, o novo contrato futuro é uma ferramenta essencial para gerenciar riscos e proporcionar maior previsibilidade e segurança nas negociações.
O contrato de café conilon trará uma inovação importante: será negociado em reais. Diferente do café arábica, cotado em dólares, essa iniciativa busca fortalecer o mercado nacional e facilitar as transações para os produtores, que estão mais acostumados a trabalhar com a moeda nacional.
Marielle Brugnari destacou que a negociação em reais é especialmente relevante, pois o mercado interno de conilon ainda é muito forte, apesar do crescimento das exportações.
“Para o produtor, que vende em reais, é interessante que o contrato também seja negociado na mesma moeda. Isso difere do café arábica, que é negociado em dólares devido ao seu volume de exportação”, destacou.
A inclusão do café conilon na B3 representa um marco importante para o Espírito Santo, que responde por mais de 70% da produção brasileira dessa variedade.
Desde 2022, a B3 tem trabalhado no desenvolvimento do contrato em parceria com diversos setores da indústria cafeeira, com o objetivo de atender às demandas de produtores, cooperativas e empresas multinacionais.
Foram realizadas consultas e reuniões com representantes do setor, como produtores, cooperativas e indústrias de café solúvel, para garantir que o contrato atenda às expectativas do mercado.
Marielle ressalta que os contratos futuros de café conilon vão trazer benefícios como a proteção contra oscilações indesejadas nos preços e maior transparência nas negociações.
“Essa ferramenta permitirá que os produtores se protejam das variações de preços, especialmente em um mercado tão volátil como o atual. Hoje, vemos o café Conilon alcançando preços históricos, e coincidentemente, no momento do lançamento desse contrato, houve um aumento significativo nos preços. Essa ferramenta de proteção permite que todos os elos da cadeia produtiva possam se resguardar das oscilações do mercado”.
Desde 2017, lideranças do Espírito Santo vinham solicitando a criação do contrato futuro do conilon na bolsa brasileira. Agora, essa demanda se concretiza no segundo semestre de 2024, um grande avanço para o estado.
“A discussão sobre o contrato de café conilon vinha ocorrendo há algum tempo, mas ganhou força no final de 2022, com o aumento da demanda. Produtores, cooperativas e traders, especialmente no Espírito Santo, buscavam um instrumento para travar preços, já que, até o momento, os elos da cadeia produtiva não tinham acesso a ferramentas eficazes para lidar com a volatilidade do mercado”, concluiu Marielle.
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