Projeto que incentiva combustíveis do futuro recebe aprovação final da Câmara dos Deputados
O volume de investimentos públicos e privados anunciados para o Espírito Santo entre 2023 e 2028 alcançou R$ 98 bilhões, um crescimento de 49,7% em relação ao período anterior (2022 e 2027), segundo dados do Instituto Jones dos Santos Neves. O interior do estado se destaca, absorvendo 68% da carteira de investimentos, o que representa R$ 66,6 bilhões – mais que o dobro da participação da Grande Vitória, que ficou com 32%, ou R$ 31,3 bilhões. As microrregiões Litoral Sul, Metropolitana e Rio Doce concentram os maiores investimentos anunciados até 2028, com o Litoral Sul à frente, somando R$ 42,5 bilhões em 78 projetos. A microrregião Metropolitana acumula R$ 31,2 bilhões, enquanto a Rio Doce totaliza R$ 12 bilhões.
De acordo com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), as microrregiões Litoral Sul, Metropolitana e Rio Doce estão na vanguarda dos investimentos no Espírito Santo. A microrregião Litoral Sul destaca-se com R$ 42,5 bilhões distribuídos em 78 projetos. Em seguida, a Metropolitana soma R$ 31,2 bilhões em mais de 388 projetos, enquanto a Rio Doce soma R$ 12 bilhões em 142 projetos.
Na microrregião Litoral Sul, o município de Presidente Kennedy está programado para receber R$ 13,8 bilhões em investimentos até 2028. Dentre esses investimentos, destaca-se a primeira fase da construção do complexo portuário Porto Central, que exigirá R$ 2,3 bilhões em obras de dragagem para permitir o acesso de navios ao porto, com um canal de 26 quilômetros.
Os investimentos na indústria extrativa também são significativos, com destaque para o início da operação da FPSO Maria Quitéria. Projetos de refino, comercialização, energia e gás somam R$ 25,1 bilhões nos municípios de Anchieta, Piúma, Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy. A Prio (antiga PetroRio) também se destaca com um investimento de R$ 4,5 bilhões na extração de óleo e gás no campo de Wahoo, que inclui a perfuração de poços e a conexão com o FPSO de Frade, no Rio de Janeiro.
Em Anchieta, estão previstos R$ 8,3 bilhões em investimentos, com destaque para a Samarco, que investirá R$ 1,6 bilhão para aumentar sua capacidade produtiva e alcançar 18 milhões de toneladas de minério de ferro em 2025. Este projeto inclui dois concentradores e duas fábricas de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG), além de um mineroduto e duas fábricas de pelotização no Complexo de Ubu (ES).
Além disso, Anchieta também recebe investimentos significativos em esgotamento sanitário e na construção de uma estação de tratamento de água, bem como R$ 1 bilhão para o Ramal Anchieta da Estrada de Ferro Vitória-Rio (EF-118). Com a valorização dos investimentos no navio-plataforma Maria Quitéria, os municípios de Piúma, Itapemirim e Marataízes têm investimentos previstos de R$ 6,4 bilhões, R$ 6,37 bilhões e R$ 5,32 bilhões, respectivamente.
Na microrregião Metropolitana, Vitória é o município que mais recebe investimentos, totalizando R$ 9,25 bilhões em 87 projetos. Desse montante, cerca de R$ 1,3 bilhão será destinado ao setor da construção e R$ 7,8 bilhões à indústria, com R$ 5,6 bilhões voltados para a indústria extrativa, envolvendo empresas como Vale e BW Energy. Esses recursos serão aplicados na revitalização dos campos de Golfinho e Camarupim, além de iniciativas para reduzir a emissão de poluentes e melhorar a qualidade do ar na capital.
A Serra, por sua vez, receberá R$ 6,91 bilhões, com R$ 5,7 bilhões voltados para a indústria e R$ 1,1 bilhão para o comércio e serviços. Esses recursos serão usados na modernização de plantas industriais, construção de edifícios residenciais e obras de macrodrenagem. Vila Velha contará com R$ 6,41 bilhões em investimentos, sendo a maior parte destinada à construção, como os R$ 600 milhões para duas torres do Taj Home Resort e R$ 280 milhões para o sistema sanitário em Terra Vermelha e Ponta da Fruta.
Cariacica, por sua vez, tem previstos R$ 5,8 bilhões, incluindo um investimento de R$ 70 milhões em uma usina de biometano da Marca Ambiental e Air Liquide, e R$ 1,5 bilhão do Grupo Simec na modernização e ampliação de sua usina siderúrgica.
Na microrregião Rio Doce, que engloba a região norte do Espírito Santo, há R$ 12 bilhões em 142 projetos. Aracruz é responsável por mais da metade desse total, com R$ 6,9 bilhões em investimentos. Dentre eles, destaca-se o investimento da Imetame na construção de um complexo portuário privado, com um aporte de R$ 1,7 bilhão, e o da Suzano, que está investindo R$ 650 milhões na construção de uma fábrica de papéis sanitários e R$ 520 milhões na modernização da unidade de Aracruz. O Portocel, principal porto de embarque de celulose, também está recebendo um investimento de R$ 2 bilhões.
Linhares, por sua vez, figura com R$ 3,88 bilhões em projetos, que incluem a ampliação da WEG e da Cacau Show, além de um investimento de R$ 100 milhões da Tocantins na construção de um parque industrial e R$ 1 bilhão da Olam Coffee para uma nova fábrica de café solúvel.
A microrregião Rio Doce se destaca pelo significativo investimento na cadeia de produção de celulose, bem como em energia, metalmecânica, petróleo e gás, e complexos portuários como o Estaleiro Jurong. Linhares e Aracruz são centros urbanos importantes para essas atividades econômicas. O turismo, com suas belezas naturais, e a fruticultura, especialmente de mamão, maracujá, abacaxi e cacau, são áreas com grande potencial econômico, além da produção de café conilon.
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